Viver a vida em metros, centímetros e milímetros é algo que faz parte da rotina da maioria das pessoas do mundo. O sistema métrico é uma base internacional, mas três países fogem dessa regra: dentre eles, o mais famoso é os Estados Unidos.
Além dos EUA, a Libéria e o Myanmar também não possuem o sistema como versão oficial dos países. Assim, as confusas “onças” utilizadas para para medir o peso de algo e os Fahreneit, a escala de temperatura, integram a cultura dessas terras.
Mas qual seria o motivo para isso? E por que um país como os EUA não utilizaria o sistema métrico, como os demais? Para entender mais sobre o assunto, confira abaixo a resposta para esse mistério.
Por que os EUA não usam o sistema métrico?
O sistema métrico é, indiscutivelmente, uma forma simples de lidar com as medidas, ao contrário do que é feito nos Estados Unidos. Afinal, tudo no sistema métrico se divide em décimos: 1o milímetros em um centímetro, 1000 gramas em um quilograma, e por aí vai.
Praticamente o mundo inteiro o utiliza. E, de certa forma, isso simplesmente faz sentido. Outro exemplo comum envolve o Celsius: a água congela ao atingir zero graus, ao contrário dos 32º no Fahrenheit, e atinge ponto de ebulição aos 100ºC, ao contrário dos 212ºF.
Tendo isso em mente, por que os EUA não abrem mão dessa medida? Por que as jardas, milhas e pints ainda são unidades que prevalecem? A resposta para isso pode ser encontrada revisitando a história.
Em 1790, a França concebeu o sistema métrico como uma forma de simplificar o comércio. Ela buscava reduzir possíveis fraudes e acabar com a confusão geral que assolava o país pela ausência de um sistema de medidas padrão.
Vale lembrar que, antes da chegada desse sistema, as medidas utilizadas apenas na França eram um verdadeiro caos. Acredita-se que, antes da oficialização do SI, pelo menos 250.000 unidades de medida diferentes existiam no país.
O primeiro passo para fazê-lo envolvia criar um guia universal para medir um metro. Como os cientistas franceses queriam ser o mais precisos o possível e permitir que outros emulassem o processo, resolveram derivar as medidas da circunferência da Terra.
Para isso, os estudiosos selecionaram um segmento longitudinal do planeta, que corria entre as partes norte e sul da França. Com cuidado, eles o dividiram para criar o metro.
A partir de então, o sistema de medidas que resultou disso gerou o sistema métrico, ou Sistema Internacional de Unidades (SI). Contudo, como o SI possuía base em terras francesas, os EUA decidiram por não adotá-lo.
Questões econômicas
No século XIX, enquanto o resto do mundo começava a aceitar o sistema métrico, o Congresso dos EUA propunha que o país também fizesse a transição para a versão internacional.
Por outro lado, a esse ponto da história, os industrialistas do país já haviam feito intermináveis estoques em suas fábricas com equipamentos baseados no sistema de medidas do país.
Assim, para evitar uma revisão cara de todo o material, os empresários utilizaram sua influência para impedir a adoção do SI. Isso teria sido feito entre os séculos XIX e XX várias vezes.
Hoje em dia, os EUA ainda ensinam seu próprio sistema de medidas nas escolas. Mesmo assim, muitos cientistas e organizações já adotaram a metragem no dia a dia.