Mais um final de ano está chegando. Nessa época, costumamos refletir sobre o que fizemos durante o ano, as metas que foram alcançadas, bem como sobre o que não foi possível conquistar. A partir dessa reflexão, traçamos os objetivos para o ano novo que se inicia.
Mas, em meio a esses pensamentos, você já se questionou sobre o motivo pelo qual celebramos o Ano Novo em todo dia 1º de janeiro? Se sim, chegou o dia de descobrir qual é o motivo. Confira a seguir.
Por que celebramos o Ano Novo em todo dia 1º de janeiro?
A história da celebração do Ano Novo em todo dia 1º de janeiro se inicia com os romanos há mais de dois mil anos. O calendário utilizado em Roma, o calendário de Rômulo, somente continha 10 meses lunares e seu início se dava na primavera, na lua cheia mais próxima do equinócio de março.
Em relato ao El País, Mônica Cornejo Valle, professora da Universidade Complutense de Madri, informa que o mês de janeiro (ianarius) apenas surgiria no século 8 a.C. Ele foi acrescentado ao calendário pelo sucessor de Rômulo, Numa Pompilio. Numa também acrescentou ao calendário o mês de fevereiro (februarius), que recebeu esse nome por conta das festas de preparação da primavera, chamadas Februa.
O mês de janeiro, no entanto, foi dedicado ao deus Janus (Jano). Na mitologia romana, Janus é deus de duas faces. Uma dessas faces é sempre voltada para frente e a outra para trás, fazendo alusão ao que passado. Janus, portanto, é o deus das mudanças, das transições.
Mas, embora o mês de janeiro tenha sido acrescentado ao calendário de Rômulo, o início do ano continuou a acontecer em março. Até porque janeiro surgiu como o décimo-primeiro mês.
Até 153 a.C., os cônsules romanos eram nomeados pelo Senado no início de cada ano, ou seja, em meados de março. Ocorre que, por conta da guerra celtibera, foi pedido ao Senado a antecipação das nomeações. Pedido esse que foi atendido. As nomeações dos cônsules e, por consequência, o início de cada ano, passou então a acontecer na primeira lua nova de janeiro.
Com essa mudança, janeiro deixou de ser o décimo-primeiro mês. Como consequência o calendário passou por uma reforma em 46 a.C., dando origem ao calendário Juliano.
Como nessa época Roma exercia uma grande influência sobre Europa em virtude de seu vasto império, alguns países adotaram o calendário Juliano, inclusive, tal calendário perdurou até o século 20. Para se ter a ideia, na Grécia, último país a abandonar esse calendário, o utilizou até o ano de 1923.
Quando o Ano Novo passou a ser celebrado em todo dia 1º de janeiro pelo calendário gregoriano?
Após a queda de Roma, na Idade Média, o cristianismo passou a ser grande influência na Europa. Com isso, o primeiro de janeiro passou ser a considerado uma data pagã. Países que adotaram o cristianismo desejavam na época que o Ano Novo fosse comemorado no dia 25 de março, data que marca a aparição do arcanjo Gabriel à Virgem Maria.
Ocorre que anos depois, mais precisamente em 1582, o papa Gregório 13 promulgou o calendário gregoriano e o primeiro de janeiro voltou a marcar o início do Ano Novo, pelo menos nos países católicos. Isso porque, na Inglaterra, onde a religião protestante surgiu, o Ano Novo continuou a ser celebrado em 25 de março. Isso, até o ano de 1752.
Vale ressaltar que o calendário gregoriano se baseia no ciclo solar para determinar a quantidade de dias no ano. Atualmente, ele é adotado na maioria dos países do mundo.
O Ano Novo é celebrado no dia 1º de janeiro em todos os países?
A resposta é não. O exemplo mais conhecido é o da China, país que tem o mais antigo registro cronológico. O calendário chinês é baseado nos 12 ciclos da Lua, sendo formado por 354 dias. A cada três anos, a China tem um ano bissexto.
O Ano Novo Chinês é celebrado na primeira Lua Nova do período entre 21 de janeiro de 20 de fevereiro. Portanto, no calendário chinês não há uma data fixa para celebrar a chegada do novo ano.
Outro exemplo é o calendário persa. Nele, a celebração do ano novo ocorre no equinócio de primavera. Há também o calendário ge’ez, utilizado na Etiópia. Nele, há um décimo-terceiro mês formado por cinco ou seis dias.