Seja no momento de abrir os resultados de um concurso público ou até em um sorteio simples, é normal cruzar os dedos como bom presságio. Porém, por que fazemos isso para desejar sorte e de onde surgiu o hábito em questão?
Atualmente, existem duas teorias principais que explicam a origem desse movimento e como se tornou tão popular. Neste contexto, cruzar os dedos faz parte da identidade cultural dos seres humanos desde a Antiguidade.
Como surgiu o hábito de cruzar os dedos para ter sorte?
1. Primeira teoria: crenças pagãs pré-cristãs
A primeira teoria está relacionada com uma crença pagã pré-cristã baseada no símbolo da cruz. Contudo, ao invés de usar as duas mãos para formar uma cruz com os dedos, como acontece em alguns casos, faz-se a torção deles.
Nesse caso, o cruzamento foi pensado para marcar uma concentração de bons espíritos. A partir disso, a pessoa ancorava um desejo importante para que ele se tornasse realidade.
De acordo com essa possibilidade, a prática de fazer desejos diante da imagem de uma cruz surgiu nas primeiras comunidades europeias. Depois, a prática tornou-se um pouco diferente porque o gesto em si mudou.
Nessa segunda fase, a pessoa que desejava boa sorte tinha que cruza o dedo indicador sobre o dedo do outro para expressar boa sorte. Quando os indivíduos perceberam que podiam fazer isso sozinho, surgiu o cruzar de dedos.
Antes do movimento de cruzar o indicador sobre o dedo médio, era comum que as pessoas cruzassem os dois dedos indicadores. Criava-se um formato de corrente, mas com o tempo foi visto que era mais fácil fazer com uma mão só.
2. Segunda teoria: princípios do Cristianismo
Nessa segunda hipótese, as pessoas começaram a cruzar os dedos como um sinal secreto de reconhecimento. Na época dos primórdios do Cristianismo, os praticantes eram perseguidos e usavam esse símbolo para se comunicar.
Além desse cruzar de dedos, outros sinais foram criados nas comunidades cristãs para se protegerem e até se cumprimentarem sem correr risco na rua. Curiosamente, o cruzar de dedos tinha associação com a imagem do peixe.
Em específico, o peixe é um dos ícones cristãos porque representa um acróstico grego chamado Ichthys. Essa palavra é composta por letras que formam a frase “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.
Como o símbolo é formado por dois arcos que se cruzam e constroem a imagem do peixe, passou-se a fazer isso com o dedo indicador e dedo médio. Aos poucos, deixaram de criar um espaço entre eles e passaram a deixá-los juntos.
Apesar de não indicar especificamente como esse gesto passou a simbolizar a sorte, essa teoria mostra a associação do movimento com a cultura cristã. No mais, sugere a conexão com o gesto e o desejo de esperança ou bençãos.