Afinal de contas, Plutão é um planeta ou não? Descubra a resposta

Plutão é o mais conhecido dos objetos transnetunianos do sistema solar, mas ainda gera muitas dúvidas se é um planeta ou não.

Durante muito tempo, acreditou-se que o Sistema Solar era composto por nove planetas, com Plutão sendo o último, um pequeno e gélido mundo distante. 

Por décadas, estudantes foram ensinados que, além da Terra, existiam mais oito planetas no nosso sistema, sendo Plutão sempre o derradeiro da lista. 

Em 1902, Percival Lowell postulou a existência de um nono planeta além de Netuno. Em 1915, ele propôs dois locais específicos para a busca deste misterioso corpo celeste.

Somente em 1930 que Clyde Tombaugh, seguindo as indicações de Lowell, avistou o tão esperado astro. 

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Na primeira imagem de Plutão, ele aparecia apenas como um diminuto ponto luminoso, situado a uma distância superior a cinco bilhões de quilômetros. 

Plutão é um planeta ou não?

Em agosto de 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) anunciou uma nova definição para o termo "planeta". 

Como resultado, Plutão foi reclassificado como um "planeta anão", juntamente com outros corpos celestes de características semelhantes.

Com essa decisão, o número de planetas no Sistema Solar foi reduzido de nove para oito, e houve uma necessidade subsequente de revisão dos livros didáticos. 

A motivação para essa mudança não foi uma alteração em Plutão ou no espaço, mas sim um aprimoramento na compreensão do cinturão de Kuiper.

Entre 2002 e 2005, descobertas de corpos no cinturão de Kuiper, alguns com diâmetros próximos a 1000 quilômetros, como Makemake e Gonggong, e outros comparáveis a Plutão, como Eris e Haumea, levantaram questões sobre a classificação planetária. 

Ceres, conhecido desde 1801 e localizado no cinturão de asteroides, também foi considerado. A inclusão desses corpos como planetas poderia expandir a lista para cerca de 15, com grandes diferenças de tamanho entre eles.

A IAU, então, decidiu criar a categoria de "planeta anão" para incluir esses astros, além de Plutão e Ceres. 

A decisão foi baseada em uma revisão da definição de planeta, refletindo a necessidade de categorias mais precisas na ciência para evitar confusões e facilitar a compreensão.

Características de Plutão

O nome "Plutão" foi escolhido em homenagem ao deus romano do submundo, equivalente a Hades na mitologia grega.

O termo foi adotado após sua descoberta em 1930, refletindo tanto a escuridão do espaço onde se encontra quanto as iniciais de Percival Lowell, que contribuiu para sua descoberta.

Anteriormente conhecido como "planeta X", Plutão foi procurado devido a irregularidades na órbita de Urano, sugeridas por Urbain Le Verrier no século XIX. Clyde Tombaugh foi o astrônomo que finalmente o encontrou em 1930.

Plutão continua sendo um objeto de estudo fascinante, com características únicas como uma calota polar, dunas de metano congelado e montanhas com neve de metano vermelha. Além disso, abriga a maior geleira do sistema solar.

Com temperaturas aproximadas de −204,4 °C, Plutão se torna ainda mais frio à medida que se afasta do Sol.

Lá, a luz solar é comparável ao brilho da lua cheia vista da Terra, e o Sol parece apenas uma estrela luminosa no céu.

A persistente curiosidade sobre Plutão pode ser atribuída à sua intrigante complexidade, desde a geologia até seu conjunto de satélites e atmosfera, que continuam a revelar surpresas, como expresso pela NASA: "A cada olhar, descobrimos novos enigmas."