“Abrido” existe na Língua Portuguesa ou a palavra está errada?

Na hora de falar, muitas pessoas se confundem sobre a conjugação correta do verbo abrir.

A Língua Portuguesa pode transformar um simples verbo em uma estrutura mais complexa, de acordo com a conjugação. Neste contexto, dúvidas como a forma correta de escrever ser aberto ou abrido surgem a todo momento.

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No entanto, existe uma regra específica sobre o uso dessa estrutura, e também se a palavra está errada ou não. Para entender melhor essa questão, é preciso conhecer a regra dos particípios do português. Entenda mais informações a seguir.

A palavra abrido existe no português?

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A palavra “abrido” não existe na Língua Portuguesa como uma forma correta. A forma correta do particípio passado do verbo “abrir” é “aberto”. Então, em vez de dizer “Eu tinha abrido a porta”, deve-se dizer “Eu tinha aberto a porta”.

Segundo as gramáticas clássicas do português, o verbo abrir faz parte do grupo de verbos que têm apenas particípio irregular. Sendo assim, não há reconhecimento de qualquer forma regular em -ido desse verbo.

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É isso que acontece com os verbos escrever, fazer e dizer, por exemplo. Na sua forma de particípio, são escritos como escrito, feito e dito, e não escrevido, fazido ou dizido, por exemplo. Confira uma tabela com mais palavras dessa natureza:

VerboParticípio Passado Irregular
abriraberto
cobrircoberto
descobrirdescoberto
escreverescrito
pôrposto
vervisto
virvindo
dizerdito
fazerfeito
satisfazersatisfeito
comporcomposto
dispordisposto
exporexposto
imporimposto
oporoposto
proporproposto
suporsuposto
inscreverinscrito
descreverdescrito
prescreverprescrito

Qual é a regra dos particípios da Língua Portuguesa?

Na Língua Portuguesa, os particípios passados dos verbos podem ser regulares ou irregulares. A regra para a formação desses particípios varia dependendo do tipo de verbo.

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1. Particípios regulares

Para verbos regulares, o particípio passado é formado substituindo a terminação do infinitivo (-ar, -er, -ir) pelas terminações -ado ou -ido:

  • Verbos terminados em -ar:
    • amar → amado
    • falar → falado
  • Verbos terminados em -er e -ir:
    • comer → comido
    • partir → partido

2. Particípios irregulares

Alguns verbos possuem particípios irregulares que não seguem as regras acima e têm formas próprias que precisam ser memorizadas. Esses particípios são frequentemente usados com os verbos auxiliares “ter” e “haver”.

Isso serve para formar tempos compostos, bem como com “ser” e “estar” para formar a voz passiva e adjetivos verbais. É o caso dos verbos apresentados anteriormente naquela tabela.

Outra particularidade é que os particípios irregulares são frequentemente usados como adjetivos, veja alguns exemplos:

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  • Uma porta aberta (não “abrida”);
  • Uma carta escrita (não “escrevida”).

3. Particípios regulares e irregulares

Alguns verbos possuem tanto uma forma regular quanto uma irregular de particípio. Por exemplo:

  • aceitar: aceitado (regular) / aceito (irregular);
  • entregar: entregado (regular) / entregue (irregular).

A forma regular é geralmente usada com os auxiliares “ter” e “haver”, como nos exemplos:

  • Ele tinha aceitado o convite;
  • Eles haviam entregado o documento.

A forma irregular é geralmente usada com os auxiliares “ser” e “estar”, como nos exemplos:

  • O convite foi aceito;
  • O documento está entregue.

Para que servem os particípios no português?

Os particípios têm várias funções importantes na Língua Portuguesa. Entre elas a formação de tempos compostos, como o pretérito perfeito composto, mas também na formação da voz passiva e do uso adjetival.

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No mais, também se faz importante na construção de locuções verbais. Sobretudo, contribuem para a flexibilidade e expressividade da Língua Portuguesa.

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