No vasto universo da Língua Portuguesa, uma simples mudança na estrutura de uma frase pode alterar significativamente seu significado. Por exemplo, a escrita correta é “vende-se casas” ou “vendem-se casas”, concurseiro? Se pintou a dúvida, relaxe.
Elaboramos essa matéria que vai sanar esta questão que deixa muita gente com a pulga atrás da orelha. Acompanhe-nos até o fim da leitura e descubra se a forma correta de escrever em um texto dissertativo-argumentativo é “vende-se casas” ou “vendem-se casas”.
Vende-se casas
Essa expressão é frequentemente encontrada em placas de anúncios imobiliários e comerciais nas cidades. Quando o concurseiro se depara com a expressão “vende-se”, ele está diante de uma situação em que uma pessoa está vendendo algum produto.
De acordo com a norma culta da Língua Portuguesa, as duas construções estão corretas e podem ser usadas em textos formais. “Vende-se casas” deve ser entendido como alguém ou alguma empresa que vende casas.
Vendem-se casas
Já a expressão “vendem-se casas” indica que algo está sendo vendido, sem necessariamente especificar quem está realizando a venda.
Neste caso, implica que as casas estão disponíveis para compra, mas não identifica o vendedor em questão, seja ele uma pessoa física ou jurídica.
De olho na concordância verbal
Você já teve a curiosidade de saber por que o verbo está no plural em “vendem-se”, concurseiro? O objetivo é manter a concordância correta entre os elementos da frase.
Quando o substantivo que age como objeto direto está no plural, o verbo deve acompanhar essa pluralidade para manter a coesão do discurso.
Agora, quando o objeto direto está no singular, como em “vende-se um terreno”, por exemplo, o verbo também deve ficar no singular para mostrar a ideia de que uma pessoa está vendendo algo.
Nesse caso, o “se” atua como um pronome indefinido, deixando o sujeito da ação vago. É conveniente destacar que o uso do “se” como partícula apassivadora não se limita somente ao verbo “vender”.
Em construções como “consertam-se celulares”, “compram-se carros usados” ou “colhem-se frutos”, por exemplo, a mesma lógica se aplica, ou seja, algo está sendo realizado sem identificar um agente específico.
Quando “se” assume o papel de indeterminador do sujeito
Agora que você sabe que “vende-se casas” e “vendem-se casas” estão corretas e podem ser usadas em sua redação, o “se”, além da sua função apassivadora, também age como índice de indeterminação do sujeito em outros contextos.
Por exemplo, na frase “precisa-se de trabalhadores responsáveis”, o sujeito da ação permanece vago, indicando que alguém precisa de trabalhadores sem especificar quem.
O mesmo também vale para a oração “necessita-se de ajuda imediata”. Ou seja, alguma pessoa precisa de auxílio imediato. A frase “come-se muito bem naquele restaurante”, remete que alguém come muito bem em um estabelecimento comercial específico.
Ao compreender as complexidades de determinadas construções frasais aparentemente simples como “vende-se” e “vendem-se”, o concurseiro consegue ter mais clareza na hora de falar e, em especial, no momento da escrita.
Dominar esses detalhes é fundamental para garantir que a mensagem seja transmitida da forma mais eficaz possível.