A Lua está se afastando lentamente da Terra; o que isso significa?

A dinâmica do sistema Terra-Lua tem mudado ao longo do tempo, revelando que podem estar se distanciando gradualmente.

No dia 21 de julho de 1969, pouco antes de concluírem sua missão na Lua, Neil Armstrong e Buzz Aldrin instalaram um dispositivo científico no solo lunar.

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Este aparato, conhecido como “conjunto de retrorrefletores para medição a laser lunar”, é composto por 100 espelhos cúbicos e tem funcionado impecavelmente por mais de meio século, apontando diretamente para a Terra.

Quando um feixe de laser é emitido de um telescópio em direção a esses espelhos, a luz viaja até a Lua e é refletida de volta para o nosso planeta na mesma trajetória.

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Através da medição do tempo que o laser leva para ir e voltar, é possível calcular com precisão a distância entre a Terra e seu satélite.

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Este método tem sido utilizado para medir a distância do satélite natural há mais de cinco décadas, corroborando a teoria de que a Lua está se afastando da Terra a uma velocidade de 3,78 centímetros por ano.

Por que a Lua está se afastando gradualmente da Terra?

Os físicos já previam há tempos que a Lua se distanciaria progressivamente da Terra devido às marés oceânicas terrestres.

Sobre este tema, a NASA explica que a crescente distância observada é resultado do atrito das marés gerado pela interação gravitacional entre os dois corpos celestes.

A gravidade lunar provoca o surgimento de marés altas nos oceanos terrestres, formando duas grandes ondulações de água: uma voltada para a Lua e outra no lado oposto do planeta.

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O movimento dessas ondulações contra a superfície terrestre gera um atrito que, por sua vez, diminui a velocidade de rotação da Terra.

Além disso, conforme a terceira lei de Newton, que estabelece que a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade e direção oposta, o atrito que desacelera a rotação terrestre impulsiona a Lua a acelerar sua órbita.

O resultado é a expansão gradual da órbita lunar, afastando-a cada vez mais de nós. Esse fenômeno de distanciamento não é recente; ele ocorre há bilhões de anos.

No início da história do sistema solar, a Lua estava muito mais próxima da Terra, a aproximadamente 30.000 quilômetros de distância.

Atualmente, o satélite se encontra a cerca de 384.400 quilômetros de distância do nosso planeta.

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Em outras palavras, quando a Lua se formou, estava muito mais próxima da Terra; cerca de 17 vezes mais perto do que está hoje.

Diante disso, os cientistas estimam que há 1,4 bilhão de anos os dias terrestres teriam durado apenas 18 horas e não 24 como agora.

Como o distanciamento da Lua pode afetar a vida terrestre?

Com a progressiva desaceleração da rotação terrestre, os dias no nosso planeta se prolongarão. Isso também poderá resultar em invernos mais rigorosos e verões mais intensos.

A influência gravitacional decrescente da Lua sobre a Terra levará a marés menos pronunciadas, embora ainda ocorram ligeiramente devido à gravidade solar.

As mudanças climáticas, aliadas ao ciclo nodal lunar, podem intensificar as inundações até 2030, conforme indicado por estudos que relacionam a mudança na rotação da Terra ao aquecimento global.

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No entanto, não há motivo para alarme quanto ao afastamento da Lua, pois ela não sairá do campo gravitacional terrestre.

Eventualmente, Terra e Lua alcançarão um estado de equilíbrio, e o afastamento lunar cessará.

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