A inteligência, há muito objeto de investigação e admiração na história humana, é hoje explorada com especial interesse pela neurociência.
Trata-se de uma habilidade complexa e essencial para o nosso pensamento crítico, resolução de problemas, aprendizado, adaptação e superação de obstáculos cotidianos.
Mas será que ela é totalmente determinada pela genética? Veja o que a ciência diz a seguir.
A genética por si só define nossa inteligência?
Pesquisas genômicas extensivas têm sido realizadas para entender a hereditariedade da inteligência e identificar os genes específicos envolvidos.
Um estudo conduzido por Ian J. Deary, Simon R. Cox e W. David Hill, publicado na revista Nature, aponta que a influência genética na inteligência é distribuída entre muitos genes, cada um contribuindo modestamente para as variações na capacidade intelectual.
Outra pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota investigou a associação genômica ampla com a capacidade cognitiva geral, incluindo 7.100 indivíduos de dois experimentos familiares de longo prazo.
Os achados sugerem que uma fração da capacidade cognitiva é hereditária, oriunda de uma vasta porção de genes, embora o impacto de cada um seja considerado “mínimo”.
Finalmente, uma investigação, com a colaboração de especialistas do Reino Unido, Austrália e Estados Unidos e quase 54.000 participantes, sugere que a capacidade cognitiva humana é parcialmente derivada de um padrão poligênico de herança.
Isso revela que inúmeras variantes genéticas, cada uma com um “pequeno efeito”, contribuem para a função cognitiva geral.
Portanto, apesar dos nossos genes estabelecerem um ponto de partida para a inteligência, são o ambiente e as experiências de vida que desempenham um papel decisivo em seu desenvolvimento e expressão ao longo da vida de uma pessoa.
Como a inteligência é medida?
A inteligência é avaliada por meio de testes de QI que examinam habilidades como memória e raciocínio.
Avaliações neuropsicológicas extensas podem durar horas e resultar em um único número de QI, mas testes computadorizados rápidos podem fornecer uma visão mais detalhada, avaliando domínios específicos da cognição.
Esses testes ajudam a identificar pontos fortes e fracos cognitivos, oferecendo informações importantes para o acompanhamento de pacientes e a detecção precoce de problemas cognitivos em idosos.
Uma pessoa pode aumentar sua inteligência?
Sim, é possível aumentar a inteligência. O cérebro humano é flexível e capaz de mudanças contínuas, o que significa que as habilidades intelectuais não são estáticas.
Além disso, a capacidade de adaptar-se a novos ambientes indica que a inteligência pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo. Segundo a ciência, para isso deve-se adotar estratégias como:
Praticar exercícios físicos
A prática regular de atividade física beneficia a função cerebral e pode aumentar a inteligência, independentemente da idade.
Estudos indicam que exercícios físicos contribuem tanto para a saúde mental quanto para a cognição, e mesmo exercícios moderados podem reduzir o risco de declínio cognitivo, especialmente em idosos.
Portanto, qualquer nível de atividade física é encorajado para melhorar a saúde e o bem-estar mental.
Aprender coisas novas
Aprender coisas novas ativa o cérebro e melhora sua saúde. Segundo pesquisas, os fatores que mais impactam a capacidade cognitiva são: desafio, complexidade e prática constante.
Dormir bem
O sono adequado é essencial para a saúde mental e cognitiva, sendo um fator-chave para o bem-estar geral.
Embora as necessidades de sono variem por indivíduo, pesquisadores recomendam descansar cerca de 7 horas por noite para manter uma função cognitiva saudável.
Cuidar das relações sociais
Por fim, interações sociais frequentes contribuem para a saúde cerebral, conforme evidenciado por um estudo com adultos japoneses.
Hábitos simples como conversar com amigos ou passear com o cachorro podem fortalecer o pensamento e manter a mente ativa.