A idade que atingimos o auge da inteligência, conforme estudos

Um estudo identificou a idade em que a inteligência atinge seu ápice, comparando habilidades cognitivas em diferentes faixas etárias.

A história está repleta de mentes brilhantes que alcançaram feitos extraordinários em idades muito distintas. Albert Einstein revolucionou a física aos 26 anos, enquanto Marie Curie conquistou seu primeiro Prêmio Nobel aos 36.

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Esses exemplos mostram que a genialidade não segue um cronograma fixo, levantando uma questão curiosa: existe uma idade específica em que atingimos o auge da nossa inteligência?

Um estudo na “Psychological Science“, liderado por Joshua Hartshorne, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, pode nos fornecer uma resposta.

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Em qual idade atingimos o pico da inteligência?

A equipe de Hartshorne, em parceria com a Universidade de Harvard e o MIT, analisou informações de mais de 48.000 participantes para entender como diferentes habilidades mentais se desenvolvem.

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Os resultados mostraram que nem todas seguem o mesmo padrão: enquanto a velocidade de processamento de informações atinge seu auge por volta dos 18 ou 19 anos, outras habilidades têm trajetórias distintas.

Por exemplo, a memória de curto prazo permanece estável até aproximadamente os 25 anos e só depois começa a diminuir lentamente.

Já a capacidade de reconhecer as emoções alheias pode continuar a se aprimorar até uma fase mais tardia, entre os 40 e 50 anos.

O mais surpreendente é que algumas habilidades não só se mantêm com o passar do tempo, como podem até melhorar.

Em testes de vocabulário, pessoas entre 65 e 75 anos se saíram melhor do que as de outras idades, provando que certas habilidades intelectuais podem se destacar mesmo na terceira idade.

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Por que nossas habilidades cognitivas mudam com a idade?

Como você viu, o cérebro não envelhece de maneira uniforme, o que significa que certas habilidades cognitivas podem declinar com a idade, enquanto outras se aprimoram.

Isso ocorre porque a inteligência é composta por diferentes capacidades, conforme destacou o psicólogo Raymond Cattell nos anos 1960. Ele a classificou em dois tipos principais:

  • Inteligência fluida: refere-se à habilidade de raciocinar rapidamente, solucionar problemas novos e reconhecer padrões sem depender de conhecimentos anteriores. Essa capacidade está associada ao córtex pré-frontal, região cerebral responsável pelo pensamento lógico e pela tomada de decisões.
  • Inteligência cristalizada: está ligada ao conhecimento acumulado ao longo da vida, como vocabulário e experiência prática, e depende mais de áreas como o lobo temporal e parietal, que armazenam informações.

A inteligência fluida atinge seu pico na juventude (entre 18 e 25 anos) e depois diminui progressivamente. Esse declínio ocorre porque o cérebro perde parte de sua agilidade com o tempo, afetando a velocidade de processamento e a memória de curto prazo.

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Já a inteligência cristalizada tende a aumentar ou se manter estável, pois se baseia em aprendizado contínuo e vivências acumuladas.

Conhecimento e inteligência não são a mesma coisa

Um estudo de Philip L. Ackerman mostrou que adultos mais velhos têm muito mais conhecimento acumulado do que os jovens, especialmente em áreas específicas.

Por exemplo, uma pessoa de 60 anos pode ter um vocabulário mais rico do que um jovem de 20, mesmo que seu raciocínio rápido não seja mais o mesmo.

Nesse sentido, é importante diferenciar inteligência de conhecimento. Como Ackerman explicou, tarefas complexas não exigem apenas raciocínio, mas também experiência e aprendizado acumulado.

Um estudante novato, por mais inteligente que seja, não consegue escrever uma tese com a mesma profundidade que um professor com décadas de estudo – porque o conhecimento especializado faz a diferença.

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