A missão Juno da NASA, que explora o planeta Júpiter, fez uma descoberta intrigante.
Usando um instrumento especial chamado magnetômetro fluxgate, a sonda detectou um jato de gás escondido nas profundezas da atmosfera do gigante gasoso.
Este jato de gás denso, que nunca tinha sido visto antes, pode ser a chave para desvendar os mistérios por trás dos campos magnéticos em todo o universo.
Os cientistas da Universidade de Harvard, por trás do estudo, acreditam que este tipo de jato pode ser encontrado em outros lugares do Universo, e que ele pode ter um papel importante na formação e no comportamento dos campos magnéticos planetários.
Como funciona o campo magnético de Júpiter?
O campo magnético de um planeta funciona como uma janela para o que acontece em seu interior. Mudanças nesse sistema indicam as interações entre o magnetismo, o fluxo de fluidos e outras forças.
Na Terra, são essas interações que geram a magnetosfera. No caso de Júpiter, os cientistas observaram que um jato (uma corrente de alta velocidade) na atmosfera do planeta flutuava em períodos de aproximadamente quatro anos.
As flutuações se concentravam em um local específico no astro, conhecido como “Grande Mancha Azul”.
As ondas misteriosas no núcleo de Júpiter podem nos ajudar a entender melhor como os campos magnéticos dos planetas são gerados e como eles interagem com o seu interior.
O que as flutuações revelam sobre Júpiter?
Essas flutuações sugerem a presença de ondas no núcleo metálico de Júpiter.
Elas podem ser de dois tipos: ondas de torção, que se movem em torno do eixo de rotação do planeta, ou ondas de Alfvén, que viajam ao longo das linhas da magnetosfera.
Para compreendê-las melhor, imagine uma onda no oceano. Sua velocidade muda à medida que ela se move, mas sua direção permanece a mesma.
As ondas no núcleo de Júpiter, por outro lado, podem se mover em diferentes direções, como ao longo de linhas ou em cilindros.
Para determinar o tipo de onda presente e entender melhor as forças que governam o campo magnético do gigante gasoso, os cientistas precisam de mais detalhes sobre o jato equatorial do planeta.
Nesse sentido, Júpiter se apresenta como um laboratório natural para estudar este tema.
Diferentemente da Terra, o campo magnético deste planeta se origina de uma camada de hidrogênio metálico em seu interior.
Essa camada se comporta como um metal líquido sob pressões extremas, gerando uma região de concentração de forças muito mais forte que o da Terra.
Missão da sonda Juno
A sonda Juno da NASA, em órbita de Júpiter desde 2016, teve sua missão estendida até setembro de 2025.
Essa prorrogação significa que ela continuará a fornecer dados sobre o maior planeta do nosso sistema solar, superando as expectativas originais.
Até agora, a Juno já coletou informações valiosas sobre o campo magnético de Júpiter, mapeando sua estrutura e força com detalhes nunca antes vistos.
Além disso, ela também estudou a atmosfera deste planeta, suas nuvens e tempestades, e até mesmo a possibilidade de um núcleo sólido no seu interior.
Com a missão estendida, Juno continuará a explorar Júpiter por mais tempo, coletando ainda mais informações e abrindo caminho para novas descobertas.
Isso nos proporciona uma visão sem precedentes do maior planeta do nosso sistema solar e, ao mesmo tempo, nos ajuda a entender melhor o universo em que vivemos.