Existem muitas regrinhas na gramática normativa da Língua Portuguesa e podemos encontrar dificuldade na escrita devido aos vícios de linguagem. Um dos principais problemas na hora de fazer a redação de texto dissertativo está ligado com a redundância e falta de coesão.
Comumente, deixamos escapar expressões como “subir para cima” ou “chover molhado” na linguagem coloquial, o que é completamente aceitável no dia dia. O hábito, no entanto, pode ser visto de maneira negativa em entrevistas de emprego ou provas de concursos públicos.
Por isso, é importante adaptar o discurso e usar a gramática normativa como principal referência quando estivermos contextos mais formais, a exemplo de processos seletivos ou reuniões de trabalho. Vamos discorrer sobre mais detalhes a respeito do assunto a partir de um exemplo.
Até porque algumas pessoas podem não saber, mas expressões como “eu não vejo aquele meu amigo distante há cinco anos atrás” não estão gramaticalmente corretas, mesmo que seja possível entender o significado da frase a partir de seu contexto. Existe um caso de redundância.
Aproveite a visita em nosso site e, claro, confira mais conteúdos que já publicamos por aqui envolvendo a Língua Portuguesa. Temos dicas de estudo, regras desvendadas da gramática, erros comuns, origem de palavras, novos termos em dicionários oficiais e outros temas associados.
O que é redundância e como podemos evitá-la?
A redundância, no contexto da linguagem e comunicação, refere-se à repetição desnecessária de palavras, frases ou ideias. Ela ocorre quando informações idênticas ou semelhantes são expressas de maneira excessiva, resultando em uma mensagem inchada e, geralmente, confusa.
Um exemplo clássico de redundância é a expressão “subir para cima” ou “descer para baixo”. Essas combinações são desnecessárias, pois “subir” e “descer” já indicam a direção vertical. Em geral, esse vício de linguagem pode ser percebido em textos formais com frequência.
E isso compromete a qualidade do conteúdo, transpondo uma visão negativa e sendo até mesmo um critério para reduzir a nota de uma redação de texto dissertativo, por exemplo. Então, existe a necessidade de reduzir os erros para que eles não prejudiquem a sua pontuação.
Portanto, antes de finalizar qualquer texto, seja um e-mail, relatório ou artigo, reserve um tempo para revisar e editar. Identifique palavras ou frases que possam ser consideradas redundantes e elimine-as. Lembre-se, também, de deixar o seu texto mais rico e dinâmico.
Em vez de repetir a mesma palavra várias vezes, explore sinônimos que mantenham a precisão da mensagem. Além disso, muitas expressões têm o hábito de se “infiltrar” em nosso discurso sem agregar valor. Frases como “na minha opinião” ou “eu acho que” podem ser omitidas.
É importante priorizar a coesão texto e agregar elementos que traduzam a mensagem de maneira clara e dentro da gramática normativa.
Por que a expressão “há anos atrás” está errada?
Temos o costume de usar expressões do tipo em nosso dia a dia. Precisamos deixar claro que isso não é problema na linguagem coloquial, já que ela é dinâmica e permite vícios que são considerados como erros na gramática normativa. O principal problema, aqui, é a redundância.
“Há” é a conjugação do verbo haver, mas no passado. Ou seja, a palavra já tem, intrinsecamente, o sentido de tempo decorrido. Estamos falando sobre alguma coisa que já aconteceu. Por sua vez, o advérbio “atrás” faz alusão à mesma coisa, tornando a frase prolixa.
O que você podemos fazer, então, para evitar a redundância? Escolha “há” ou “atrás”; não use as duas palavras ao mesmo tempo nas suas frases de textos dissertativos ou mais formais. Vamos a alguns exemplos corretos de uso:
- O cliente solicitou o relatório detalhado do projeto há meia hora. Preciso do documento o quanto antes;
- Anos atrás, a cultura passou por uma reformulação devido aos conceitos advindos com a era da tecnologia;
- Há quatro anos, passávamos por um momento transformador na sociedade: o início de uma pandemia que assolaria o mundo inteiro.