Há alguns anos, durante a infância, aprender a letra cursiva era uma tarefa considerada imprescindível para trabalhar a coordenação motora das crianças. Afinal, de modo que seja possível ter uma letra precisa e coerente, é importante treinar o traçado. Contudo, ao longo do tempo, tal noção passou a mudar. Hoje em dia, existem até mesmo aqueles que acreditam que a era digital pode acabar com a letra cursiva. Mas o que seriam essas previsões?
Mesmo com excelente controle motor, ainda existem muitas pessoas que possuem letras de aparência, no máximo, regular. Com rotinas onde o uso de lápis e papel são cada vez mais deixadas de lado, revisitar alguns conceitos e entender sobre como perdem força é essencial. Pensando nisso, confira abaixo algumas curiosidades a respeito do futuro da letra cursiva.
A era digital pode acabar com a letra cursiva?
Em 2015, a Finlândia, país campeão em avaliações internacionais da Educação Básica, anunciou que aboliria o ensino da letra cursiva nas escolas a partir de 2016. Em outros lugares, como nos Estados Unidos, muitos estados refletiram sobre a mesma possibilidade e, no estado da Indiana, novas diretrizes determinaram que o tempo dedicado ao ensino da caligrafia fosse substituído para o trabalho com ferramentas digitais de mesmo propósito.
A partir disso, muitos passaram a se perguntar: seria a hora de deixar de lado algo tão tradicional? O argumento de muitos dos especialistas é simples. Nas últimas décadas, é extremamente raro encontrar centros onde redigir à mão ganhe o espaço reservado para o uso das teclas. A cursiva, por conta da velocidade de escrita, era fundamental para compor textos longos, mas a letra vem se tornando obsoleta.
Uso da letra cursiva no Brasil
Até o momento, no Brasil, nenhuma rede educacional anunciou que deve abandonar o ensino da técnica, mas sua situação é igualmente precária. Assim, a discussão aponta majoritariamente para uma redução na quantidade de atividades baseadas na caligrafia.
Por sua vez, o que tende a perder espaço são os extensos exercícios de cópia de letras nos famosos cadernos de caligrafia, sem que o estudante reflita sobre o que está escrevendo. Abandoná-los certamente faria mais sentido, visto que o trabalho exaustivo é similar ao que era realizado por copistas durante a Idade Média.
Novas abordagens para a alfabetização, focadas nas hipóteses de escrita das crianças e em práticas sociais, finalmente modificaram a forma como o aprendizado é entendido. Exercícios como os citados agora foram substituídos por outras atividades, que possuem como cerne a maneira como o estudante pode interagir com textos fora do mundo escolar; e isso envolve as ferramentas digitais.