Muitas pessoas não sabem, mas o Brasil já teve outras três capitais além de Brasília, que é a atual.
Em um curioso episódio da história do nosso país, uma cidade chegou a ocupar esse título por apenas três dias em 1969, em meio a um contexto político conturbado.
Para entender como isso aconteceu, é preciso voltar no tempo e analisar as transformações pelas quais o Brasil passou desde os primeiros anos de colonização.
Conhecer esses detalhes é fundamental não só para compreender nossa trajetória, mas também para se preparar para provas de concursos e vestibulares que frequentemente abordam temas históricos.
Qual cidade foi capital do Brasil por apenas 3 dias?

No ano de 1969, a cidade de Curitiba foi a capital do Brasil por apenas 3 dias, durante o regime militar. Foto: Reprodução / Pexels
A cidade que serviu como capital do Brasil por um período excepcionalmente curto de apenas três dias foi Curitiba (PR). Isso aconteceu entre os dias 24 e 26 de março de 1969.
A decisão de mover a capital para Curitiba teve propósitos de segurança e propaganda para o governo militar, buscando fortalecer sua presença em regiões estratégicas do país.
Desse modo, Curitiba foi escolhida por ser considerada uma cidade tranquila e por seus líderes locais, o prefeito Omar Sabbag e o governador Paulo Pimentel, apoiarem o regime.
Essa breve mudança marcou um episódio curioso na história administrativa do país, que geralmente reconhece apenas três cidades como sedes oficiais ao longo dos séculos.
Além de Curitiba, quais cidades foram capitais do Brasil?
Salvador
Apesar da chegada dos portugueses em 1500, a colonização brasileira só se solidificou em 1549 com a fundação de São Salvador.
Tomé de Souza liderou essa iniciativa na Bahia, estabelecendo um novo modelo administrativo após o insucesso das capitanias hereditárias.
Salvador rapidamente se tornou o epicentro político e econômico da colônia, crescendo para ser a segunda cidade mais importante do Império Português, atrás apenas de Lisboa.
Sua economia prosperou com a produção de açúcar e o comércio de escravizados, beneficiada também por sua localização estratégica para o intercâmbio com a Europa e a África.
Contudo, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a necessidade de proteger as fronteiras do sul das investidas espanholas levaram à mudança da capital para o Rio de Janeiro em 1763.
Rio de Janeiro
Antes mesmo de ser a capital, o Rio de Janeiro já se destacava como um importante polo comercial, especialmente no tráfico de escravos.
Com a exploração do ouro em Minas Gerais, a cidade ganhou ainda mais projeção, atuando como o principal porto para o escoamento do metal precioso.
Em 1808, a chegada da família real portuguesa elevou o Rio à condição de coração político do Brasil, escolhido em parte por sua posição estratégica, menos vulnerável a invasões externas do que Salvador.
Ao longo do século XIX, o Rio de Janeiro consolidou-se como um forte centro cultural e político, mantendo seu status mesmo após a Independência (1822) e durante o período republicano.
No entanto, sua influência diminuiu no século XX, culminando na transferência da capital para Brasília em 1960 e, posteriormente, na fusão do estado da Guanabara com o Rio de Janeiro em 1975.
Brasília
Inaugurada em 21 de abril de 1960, Brasília representou a concretização de um antigo ideal: mover a capital para o interior do país. Essa ideia, que remonta ao século XIX, foi materializada durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, a cidade foi erguida em menos de quatro anos por milhares de trabalhadores. Sua localização estratégica no Planalto Central visava a três objetivos primordiais:
- Garantir a segurança nacional ao estar afastada do litoral e, assim, menos exposta a ataques;
- Reduzir a pressão popular sobre o governo, que estaria mais autônomo longe dos grandes centros urbanos;
- Promover a integração territorial, estimulando o desenvolvimento do interior brasileiro.
Hoje, Brasília é a sede dos três poderes da República, simbolizando a arquitetura modernista e o planejamento urbano.