O que torna uma cidade verdadeiramente bonita? Para além do gosto pessoal, a ciência tem buscado responder a essa pergunta com base em proporções, simetria e harmonia visual.
Um novo estudo analisou cidades ao redor do mundo sob critérios matemáticos, e o resultado coroou um destino italiano como o mais bonito do planeta.
A pesquisa combina arquitetura, paisagens urbanas e a famosa “proporção áurea” para revelar quais cidades mais se aproximam da estética considerada ideal. O ranking pode surpreender, mas também reforça o fascínio que algumas cidades exercem há séculos.
E aí, pronto para descobrir qual é a mais bela de todas? Confira o que sabemos sobre ela abaixo.
A cidade mais bonita do mundo, de acordo com a ciência

A cidade mais bonita do mundo segue a regra das proporções áureas. Foto: Reprodução / Pexels
Medir a beleza pode parecer um desafio subjetivo e, de fato, é. Mas isso não impediu que pesquisadores tentassem traduzir em números o que encanta os olhos humanos.
Um estudo recente propôs uma abordagem curiosa: identificar quais cidades do mundo têm as construções mais próximas da chamada proporção áurea, uma fórmula matemática que há séculos é associada à estética ideal.
Com valor aproximado de 1,618, a proporção áurea aparece na natureza, na arte, no design e, segundo muitos estudiosos, até em rostos considerados belos. Aplicá-la à arquitetura urbana foi o que fizeram os analistas do site Online Mortgage Advisor.
O levantamento avaliou imagens do Google Street View em milhares de ruas residenciais e cerca de 2.400 edifícios icônicos em todo o mundo.
A partir dessas imagens, foram medidas as proporções de cada construção para identificar o quanto elas se aproximavam da proporção considerada perfeita.
O resultado foi um ranking das cidades com a arquitetura mais “matematicamente bonita do planeta”. E, mais uma vez, a Itália se destacou: Veneza lidera a lista, com 83,3% de suas construções alinhadas à proporção áurea, seguida por Roma, com 82%.
Outras cidades, como Barcelona (81,9%), Praga (78,7%) e Nova York (77,7%), também figuram entre as dez primeiras posições. O levantamento ainda inclui cidades como Paris, Amsterdã, Istambul e Dubai.
Confira a lista completa abaixo:
- Veneza, Itália: 83,3%;
- Roma, Itália: 82%;
- Barcelona, Espanha: 81,9%;
- Praga, República Tcheca: 78,7%;
- Nova York, Estados Unidos: 77,7%;
- Atenas, Grécia: 77,5%;
- Budapeste, Hungria: 75,9%;
- Viena, Áustria: 75,8%;
- Bordeaux, França: 75,3%;
- Milão, Itália: 75,1%;
- Estocolmo, Suécia: 74,8%;
- Paris, França: 74,7%;
- Florença, Itália: 73,6%;
- Tel Aviv, Israel: 73,6%;
- Copenhague, Dinamarca: 73,2%;
- Marrakech, Marrocos: 72,7%;
- Chicago, Estados Unidos: 71,7%;
- Amsterdã, Holanda: 71,7%;
- Berlim, Alemanha: 71,3%;
- Istambul, Turquia: 70,2%;
- São Petersburgo, Rússia: 69,2%;
- Estrasburgo, França: 69,1%;
- Dubai, Emirados Árabes: 67,6%;
- Miami, Estados Unidos: 63%;
- Pequim, China: 55,6%.
Veneza: onde a beleza encontra a matemática
No topo do ranking, Veneza reafirma seu prestígio como uma das cidades mais fascinantes do mundo.
A cidade, que é o principal porto marítimo e capital da província de Veneza e da região do Vêneto, é insular e já foi um dia o centro de uma república marítima, sendo o maior porto da Europa no fim da Idade Média e o elo comercial e cultural do continente com a Ásia.
Única do ponto de vista ambiental, arquitetônico e histórico, em seus tempos de república, era chamada de “la serenissima“, que significa “a mais serena” ou “sublime”. Hoje, é um importante porto italiano e um dos mais antigos centros turísticos do mundo.
Desde a queda da república veneziana em 1797, a cidade ocupa um lugar incomparável na imaginação ocidental e tem sido infinitamente descrita em prosa e verso.
O espetáculo luminoso dos palácios ornamentados em mármores e afrescos, torres e cúpulas refletidos nas águas cintilantes da lagoa e o céu azul do Adriático já foram pintados, fotografados e filmados tantas vezes que é difícil distinguir o que é real e o que é representação.
Hoje, Veneza é reconhecida como parte do patrimônio artístico e arquitetônico de toda a humanidade, além de ser Patrimônio Mundial da UNESCO junto de sua lagoa desde 1987.
Em uma cidade onde o transporte se dá por canais, onde igrejas centenárias coexistem com palácios góticos e onde cada fachada parece ter sido pensada com atenção quase cirúrgica, não surpreende que tantos elementos obedeçam a essa proporção tão agradável.
As construções venezianas parecem ter sido moldadas não só com arte, mas com matemática invisível: um verdadeiro equilíbrio entre a emoção e a razão, mesclando elementos renascentistas, barrocos e bizantinos sem ruído visual algum.