“Não sei, só sei que foi assim”. Essa é a célebre frase do cinema brasileiro dita por Chicó ao seu amigo João Grilo, em “O Auto da Compadecida”. O longa, de comédia dramática, estreou nas telonas em 1999 e fez um enorme sucesso na época. Para se ter uma ideia, a produção foi a mais vista no 2000, levando 2,1 milhões de pessoas ao cinema. E até os dias de hoje o título continua a ser aclamado pelo público – e pela crítica.
O filme é baseado na peça teatral de mesmo nome do escritor brasileiro Ariano Suassuna. Nele, acompanhamos as aventuras João Grilo (Selton Mello) e Chicó (Matheus Nachtergaele), dois nordestinos pobres que vivem dando golpes nas pessoas para sobreviver. Eles estão sempre enganando o povo de um pequeno vilarejo, inclusive o temido cangaceiro Severino de Aracaju (Marco Nanini), que os persegue pela região. O longa contou com a direção de Guel Arraes.
Agora, mais de vinte anos depois da sua estreia, “O Auto da Compadecida” ganhará uma sequência. O anúncio foi feito recentemente pelos atores Selton Mello e Matheus Nachtergaele em suas redes sociais. A nova produção também será baseada no clássico de Ariano Suassuna, e contará com a direção de Guel Arraes e Flávia Lacerda. No entanto, ela só deve estrear nas telonas em 2024.
Mas, enquanto “O Auto da Compadecida 2” não chega aos cinemas, que tal relembrar o primeiro longa conhecendo 6 curiosidades sobre ele? Gostou da ideia? Então confira a seguir.
Confira as 6 curiosidades sobre o filme “O Auto da Compadecida”
1. Adaptação da minissérie “O Auto da Compadecida”
O filme “O Auto da Compadecida” é, na verdade, uma adaptação da minissérie de um mesmo nome exibida em 1999 pela Rede Globo. A produção televisiva, por sua vez, é uma adaptação da peça homônima do escritor Ariano Suassuna.
2. Figurino de oito quilos
Imagine usar um figurino de oito quilos. Pois então, esse foi o peso que o ator Nanini teve que carregar durante as filmagens do longa para interpretar o temido cangaceiro Severino de Aracaju. A sua caracterização incluía peruca, o uso de látex no rosto e olho de vidro.
3. Composição da trilha sonora
O roteiro de “O Auto da Compadecida” foi feito por Guel Arraes, Adriana Falcão João Falcão. Esse último ficou quatro dias rem Recife para compor a trilha sonora da minissérie e, para isso, contou com a ajuda de músicos pernambucanos. Os compositores tinham a preocupação de compor as canções de acordo com as características dos personagens e levando em conta as cenas.
4. Mais de um mês de filmagens
Cada capítulo de “O Auto da Compadecida” levou cerca de nove dias para ser gravado, totalizando 37 dias de filmagens. As gravações foram feitas na Paraíba e também no Rio de Janeiro.
5. A cidade de Cabeceiras foi transformada
Parte das gravações foram feitas na cidade de Cabeceiras, no sertão da Paraíba. Para receber a equipe, o município foi transformado, porque os postes foram trocados, a igreja local foi pintada, as fachadas das casas foram adaptadas, os cabos telefônicos disfarçados, até porque o filme se passa na década de 1930.
Para acomodar a equipe de 65 pessoas e mais o elenco, uma mega operação foi feita na cidade. A produção alugou 12 casas, duas fazendas e, ainda, todos os quartos de um hotel que ficava a 20 km do set de filmagem.
6. Filme premiado
“O Auto da Compadecida” levou diversos prêmios. Ele venceu as categorias de Melhor Direito, Melhor Ator (Matheus Nachtergaele), Melhor Roteiro e Melhor Lançamento no Grande Prêmio do Cinema Brasil.
Em 1999, ano em que foi lançado, ele venceu o Grande Prêmio da Crítica, concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA). Mais de dez anos depois, em 2015, “O Auto da Compadecida” foi eleito pela Abraccine um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos.
Mas o longa não ganhou prêmios somente no Brasil. A produção ganhou o prêmio do júri popular no Festival de Cinema Brasileiro, em Miami. O ator Matheus Nachtergaele mais uma vez levou o prêmio de melhor ator, dessa vez no Festival Internacional de Cinema de Viña del Mar, no Chile.