Ao longo do tempo, diversos estudos buscaram investigar quais traços de personalidade estão relacionados a pessoas felizes. Os pesquisadores acreditam que essa conexão é constante em todas as fases da vida e tende a se fortalecer com o avançar da idade.
Veja abaixo o que a ciência descobriu sobre isso e quais características estão associadas ao bem-estar e a plenitude.
Traços de personalidade comuns entre as pessoas felizes
1. Agradabilidade
Pesquisas indicam que indivíduos com altos níveis de agradabilidade tendem a se colocar em situações mais felizes, uma característica associada à regulação emocional.
A agradabilidade reflete o quão caloroso e necessitado de aceitação social uma pessoa é. Pessoas agradáveis são vistas como confiáveis e cooperativas, ao contrário das desagradáveis, que são percebidas como frias e desconfiadas.
Além disso, as evidências sugerem que aqueles que possuem essa característica, preferem evitar experiências negativas e escolhem opções mais positivas, como imagens alegres ou atividades prazerosas.
2. Realismo
Um estudo revelou que indivíduos com uma abordagem realista da vida tendem a ser mais felizes do que aqueles com perspectivas otimistas ou pessimistas.
Enquanto o otimismo e o pessimismo representam extremos de um espectro, o realismo ocupa uma posição equilibrada.
Pessoas otimistas frequentemente enfrentam decepções que podem ofuscar a alegria da expectativa positiva, resultando em uma felicidade 13,5% inferior à dos realistas.
Por outro lado, pessimistas, que temem constantemente resultados negativos, são 21,8% menos felizes do que realistas.
A investigação, que acompanhou 1.601 pessoas por mais de 18 anos, constatou que decisões baseadas em crenças irrealistas, sejam otimistas ou pessimistas, tendem a levar a resultados insatisfatórios e bem-estar reduzido.
Os participantes envolvidos relataram anualmente sua satisfação com a vida e sofrimento psicológico, e os realistas mostraram maiores níveis de felicidade.
3. Generosidade
Outro estudo publicado na revista Nature Communications constatou que a generosidade também é um fator-chave para a felicidade.
A pesquisa, realizada pela Universidade de Zurique, mostrou que atos generosos ativam áreas do cérebro ligadas à felicidade e ao comportamento social.
No experimento, 50 participantes receberam 25 francos suíços para gastar; metade foi instruída a comprar algo para si mesma, enquanto a outra metade deveria comprar para alguém conhecido.
Antes de fazerem as compras, todos pensaram em presentes para amigos e estimaram o valor gasto.
Os resultados do estudo, obtidos através de ressonância magnética, indicaram que os participantes que planejaram gastar com outros mostraram maior atividade cerebral em áreas relacionadas ao altruísmo e bem-estar.
4. Autocontrole
Estudos sugerem que indivíduos com elevado autocontrole são mais felizes, pois tendem a buscar metas mais satisfatórias e têm uma abordagem positiva na vida.
Essas pessoas são menos propensas a focar no negativo, o que contribui para uma maior satisfação e menos necessidade de autorregulação.
Além disso, esse traço de personalidade está associado a diversos benefícios, como melhor desempenho acadêmico, saúde, sucesso profissional e adaptação.
A pesquisa com 545 indivíduos revelou que aqueles com alto autocontrole enfrentam menos conflitos motivacionais e estão mais aptos a perseguir seus objetivos e aspirações, o que leva a uma maior realização pessoal e felicidade.
5. Extroversão
Por fim, uma pesquisa de 2011 aponta que extrovertidos geralmente são mais felizes, em parte porque recordam o passado de maneira positiva e têm uma visão otimista da vida.
Segundo o Dr. Ryan Howell, líder do estudo, extrovertidos são mais felizes devido à sua perspectiva positiva do passado, ao contrário dos neuróticos, que têm uma visão negativa e são menos felizes.
Os autores também constataram que a felicidade está ligada à capacidade de apreciar o passado positivo e viver o presente.