No mundo acelerado em que vivemos, onde respostas instantâneas são quase uma norma social, há quem desafie essa expectativa levando horas — ou até dias — para responder a uma mensagem.
Essa demora, muitas vezes interpretada como desinteresse ou falta de educação, pode, na verdade, revelar traços psicológicos e comportamentais profundos, conforme evidenciado por diferentes pesquisas.
1. Elas são introvertidas

A psicologia oferece explicações surpreendentes para esse comportamente, que vão muito além da simples procrastinação. Foto: Pixabay
Um estudo publicado na revista “Cognitive Neuroscience” indica que pessoas introvertidas processam estímulos sociais de maneira distinta dos extrovertidos.
Enquanto os extrovertidos demonstram maior sensibilidade neural a rostos humanos e interações, os introvertidos tendem a direcionar menos atenção a esses estímulos.
Isso explica por que muitos introvertidos podem demorar mais para responder a mensagens, já que não priorizam a comunicação digital com a mesma intensidade.
A pesquisa sugere que a resposta tardia não é necessariamente desinteresse, mas sim um reflexo da forma como os introvertidos gerenciam sua energia social.
Eles preferem interações mais ponderadas e selecionam cuidadosamente quando e como se engajar. Essa característica está ligada a uma menor ativação do componente P300 no cérebro, um marcador da atenção e da memória de trabalho.
2. Elas praticam escuta ativa
De acordo com uma pesquisa publicada no “International Journal of Listening“, indivíduos que demoram a responder podem estar exercitando a escuta ativa.
Essa habilidade envolve absorver e refletir sobre o conteúdo da mensagem antes de reagir, garantindo respostas mais assertivas.
Pessoas que adotam essa postura são percebidas como mais empáticas e engajadas, mesmo que sua demora inicialmente cause estranhamento.
O estudo demonstrou que, em interações diádicas, quem recebe respostas baseadas em escuta ativa relata maior sensação de compreensão.
Isso contrasta com respostas imediatas e superficiais, que muitas vezes falham em transmitir uma conexão genuína. A demora, nesse caso, reflete um compromisso com a qualidade da comunicação.
3. Elas não buscam agradar todo mundo
Um estudo disponível no “Journal of Economic Behavior and Organization” revela que pessoas menos preocupadas em agradar tendem a priorizar sua autenticidade sobre respostas imediatas.
Elas não veem a urgência em responder mensagens como uma forma de validação social, optando por interagir apenas quando genuinamente dispostas. Essa postura está ligada a uma menor necessidade de aprovação externa.
Essa independência emocional resulta em interações mais autênticas, ainda que menos imediatas, reforçando que a demora não é descaso, mas sim uma escolha consciente.
4. Elas transformam o tédio em criatividade
Um artigo publicado na “Academy of Management” descobriu que o tédio pode ser um catalisador para a criatividade.
Pessoas que não temem momentos de inatividade costumam usá-los para processar informações de forma mais reflexiva, o que justifica respostas tardias a mensagens.
A pesquisa destacou que indivíduos com alta abertura a experiências e necessidade de cognição transformam o tédio em pensamentos criativos.
Essa característica é especialmente relevante em um mundo hiperconectado, onde a pressão por respostas rápidas é constante. Quem resiste a essa dinâmica muitas vezes está cultivando um ritmo interno mais saudável, privilegiando a qualidade do pensamento.
Portanto, a demora pode ser um sinal de que a pessoa valoriza a introspecção e a criatividade, usando o tempo “morto” para gerar contribuições mais significativas.