A Língua Portuguesa pode criar dúvidas que levam o indivíduo a cometer erros gramaticais graves, mas existem formas de evitar que essas confusões afetem o desempenho em exames e concursos públicos. Neste contexto, é importante aprender as regras gramaticais mais importantes para não errar mais.
Além de garantir uma boa avaliação nos textos escritos, é uma forma de aprender como usá-las corretamente na oralidade e entregar discursos coerentes com a norma culta gramatical. Assim, você consegue manter a credibilidade e a formalidade necessárias em processos avaliativos. Saiba mais informações a seguir:
3 regras gramaticais para aprender e não errar nos concursos
1) Através de ou por meio de?
Em primeiro lugar, a palavra “através” possui a classificação gramatical de advérbio. Mais especificamente, significa “aquilo que passa de modo transversal”, “objeto que se pode atravessar”, de modo que um sinônimo aceito seja a palavra “transversalmente”, pois não há perda de sentido nessa utilização.
Dessa maneira, a locução adverbial “através de” está ligada ao movimento físico de atravessar, à ideia de cruzar de um ponto até outro por intermédio de um corpo ou objeto. Este é o caso de frases como:
- “A chuva passou através do cano”.
- “Enxerguei a cidade através da janela chuvosa”.
No caso da locução adverbial “por meio de”, o significado está associado com “por intermédio de”, porque se trata da ideia de instrumento, sendo ele utilizado na execução de uma ação. Para entender melhor, pode-se analisar os exemplos:
- “Encontrei esse trabalho por meio do LinkedIn”.
- “Conheci os meus amigos por meio da Universidade”.
Na prática, no idioma informal e na linguagem cotidiana, as duas expressões adquirem valor de sinônimo e podem ser usadas de qualquer maneira. No entanto, a norma culta entende que as duas expressões possuem significados distintos, o que impacta em suas utilizações.
A dica é se lembrar: “através de” refere-se àquilo que passa de modo transversal, sendo um advérbio de modo. Por sua vez, “por meio de” é uma locução que significa “por intermédio de”.
2) A princípio ou em princípio?
Antes de mais nada, as duas maneiras estão corretas e são aceitas pela Língua Portuguesa, mas são empregadas com sentidos diferentes. Por um lado, “a princípio” se refere ao início e ao começo de algo, podendo ser substituído por palavras como: antes de tudo, primeiramente, primordialmente, antes de mais nada, no começo ou no início.
Assim, se diz “A princípio, pensei que estávamos indo para a praia”, ou seja, no começo, o sujeito da frase pensou que estava indo para a praia com as outras pessoas envolvidas nessa ação.
Em contrapartida, “em princípio” é equivalente de: por princípio, de forma geral, em tese. Em outras palavras, está associado à ideia de valores, princípios e argumentos do que propriamente com o começo ou início de algo.
Para entender melhor essa diferença, é interessante considerar alguns exemplos com “em princípio”, como:
- “Em princípio, acredito que vai dar certo”.
- “Em princípio, posso estudar todos os dias, mas sei que não vou”.
- “Em princípio, poderemos comprar uma casa nos próximos anos”.
3) Se não ou senão?
Por fim, uma das dúvidas mais comuns refere-se a essas duas expressões semelhantes. A palavra “senão” é adotada como sinônimo de: do contrário, a não ser, exceto, porém; e até como substantivo para “problema”. Já “se não” é utilizada no início das orações subordinadas adverbiais que sejam causais, temporais ou condicionais. Portanto, é correto dizer;
- “Sempre como carne, senão no final de semana”.
- “Se não comer a carne, não vai poder jogar videogame”.
Neste contexto, uma das frases dá ideia de exceção, enquanto a outra estabelece uma condição para a realização de outra tarefa, pois se trata de uma oração subordinada adverbial condicional.