10 países com as menores jornadas de trabalho do mundo

Um relatório divulgado pela OCDE revelou que várias nações conseguiram regularizar as horas de trabalho por meio da redução da jornada semanal.

Nos últimos anos, observou-se uma mudança radical na maneira como muitas pessoas realizam suas atividades profissionais. Diante disso, diversos países ao redor do mundo estão em busca de meios para reduzir a jornada de trabalho, visando alcançar um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Conforme a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a América Latina é a região onde as pessoas trabalham mais horas por ano no mundo, com 48 horas de trabalho por semana e altas taxas de informalidade.

Este ano, o Chile tornou-se o terceiro país vizinho, depois do Equador e da Venezuela, a aprovar a semana de trabalho de 40 horas, recomendada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Qual é o país com a menor jornada de trabalho do mundo?

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Os Países Baixos saem na frente com a semana de trabalho mais curta do mundo, com cerca de 30 horas. Outros lugares onde as jornadas são inferiores a 40 horas semanais, incluem a Austrália, com 35 horas semanais. Lá os funcionários ainda desfrutam de quatro semanas de férias remuneradas anuais.

Já na França, a jornada semanal também é de 35 horas, geralmente distribuídas de segunda a sexta-feira, com horários entre 8h30 ou 9h30 até 17h30, ou 18h30. O intervalo do meio-dia tem uma duração legal de 45 minutos, embora seja comum se estender para uma hora.

Na Bélgica, a carga horária laboral também é fixada em 35 horas por semana. Além disso, foi estabelecido que os trabalhadores podem tirar um "ano sabático", embora nesse período não recebam o salário integral, a menos que tenham apoio financeiro para sustentar-se durante esse tempo. Confira o ranking dos países com as menores jornadas de trabalho:

  1. Holanda, com 30,4 horas;
  2. Dinamarca, com 32,4 horas;
  3. Noruega, com 33,8 horas;
  4. Alemanha, com 34,5 horas;
  5. Finlândia, com 35 horas;
  6. Áustria, com 35,1 horas;
  7. Bélgica, com 35,2 horas;
  8. Islândia, com 35,5 horas;
  9. Irlanda, com 35,6 horas;
  10. Suíça, com 35,7 horas.

A jornada de trabalho reduzida aumenta a produtividade?

A produtividade é um indicador econômico que avalia a eficiência e qualidade do capital humano no processo produtivo. Relaciona-se ao crescimento econômico, competitividade e nível de vida, sendo crucial na formulação de políticas públicas.

Geralmente calculada como a divisão do PIB pelo número de horas trabalhadas ou pessoas empregadas, seu método de cálculo tem limitações devido à coleta de dados estatísticos.

Esse indicador resulta da interação de diversos fatores, como educação, saúde, tecnologia, infraestrutura e outros. Reduzir a jornada de trabalho, por si só, não tem o poder de alterar a produtividade de um país.

Contudo, estudos mostram que a redução da jornada beneficia os trabalhadores, reduzindo o estresse, promovendo equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e contribuindo para a responsabilidade social empresarial, especialmente considerando o impacto de gênero nas tarefas domésticas, geralmente assumidas por mulheres.

Em suma, melhorar as condições de vida dos trabalhadores, ao dar-lhes mais tempo para se dedicarem a outras atividades, impacta positivamente no seu bem-estar e na produtividade do trabalho.

Projetos bem-sucedidos

No Reino Unido, o projeto 4 Day Week Global testou uma semana de trabalho de quatro dias por vários meses, envolvendo 3.000 participantes de diversos setores. Cerca de 80% dos líderes empresariais consideraram a transição bem-sucedida, enquanto as equipes relataram níveis reduzidos de estresse, fadiga, insônia e exaustão, além de melhorias na saúde física e mental.

A empresa neozelandesa Perpetual Guardian já havia adotado a estratégia em 2018, oferecendo um dia de folga por semana a cada um de seus 230 funcionários. Após um período experimental de oito semanas, observou-se um aumento de 20% na produtividade, levando a empresa a tornar a semana de trabalho de quatro dias uma política permanente.

Exemplos semelhantes de sucesso incluem a Software Delsol, que em 2020 se tornou a primeira empresa na Espanha a implementar uma jornada de trabalho de quatro dias com 36 horas semanais.

Outras organizações seguiram o exemplo, mantendo salários e estabelecendo dias de folga. O grupo empresarial Simeom Capital também experimentou horários de trabalho mais curtos, sem redução salarial, resultando em um aumento de 7% na produtividade anual.