As figuras de linguagem são recursos fundamentais para quem deseja escrever bons textos com literariedade. Elas são estratégias aplicadas em materiais escritos para alcançar determinados efeitos durante a interpretação do leitor, e costumam ser mais localizadas do que as funções de linguagem, por exemplo, consideradas as características globais de um texto. Conhecer as mais populares é fundamental para transformar boas produções criativas.
No geral, apenas ser capaz de reconhecer as figuras de linguagem, mesmo sem saber seus nomes técnicos, ajuda a compreender a linguagem literária, bem como o que faz um texto ser mais criativo. É possível dividi-las em quatro grandes grupos: construção, som, palavra e pensamento. A lista, por sua vez, é inesgotável.
Para entender melhor sobre o assunto, confira abaixo 3 figuras de linguagem que podem transformar suas produções literárias e como utilizá-las em um texto.
3 figuras de linguagem e como utilizá-las
1. Metáfora
A metáfora consiste em uma comparação implícita, ou seja, sem que haja nenhuma conjunção comparativa apontada entre dois termos. É possível classificá-la entre metáfora impura e metáfora pura. Entenda como abaixo:
- Seu rosto é um bálsamo para a visão. (Metáfora impura: aqui, os dois elementos da comparação implícita estão explicitados, ou seja, “rosto” e “bálsamo”)
- “Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.” (Metáfora pura: nesse trecho de um soneto de Mário Quintana, os elementos de comparação não estão explicitados. A metáfora é indireta e exige certo conhecimento de mundo do leitor)
2. Perífrase
Também conhecida como antonomásia, a perífrase consiste na substituição de um termo por outro que o caracterize, como um apelido. É preciso ter em mente que, enquanto a perífrase é utilizada para coisas ou animais, a antonomásia só pode se referir a pessoas. Veja exemplos abaixo:
- O Boca do Inferno era verdadeiramente polêmico. (Antonomásia: “Boca do Inferno” era como o poeta Gregório de Matos era chamado.)
- A Cidade Luz conquista qualquer um. (Cidade Luz é como Paris é conhecida.)
3. Pleonasmo
O pleonasmo é o uso de um termo dispensável e repetitivo, de modo que seja possível enfatizar uma ideia. Esse tipo de ênfase só é aceitável quando utilizado para expressar algo; do contrário, ele é uma redundância, ou um vício de linguagem. Confira:
- Eu vi tudo com meus próprios olhos.
- Suba já para cima.