Salário mínimo deveria ser de R$ 6,6 mil, afirma pesquisa do Dieese

De acordo com estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 6,6 mil. A pesquisa é baseada nos preços dos itens da cesta básica.

A princípio, o salário mínimo consiste no valor mais baixo de salário que os empregadores podem pagar aos seus funcionários, dentro dos parâmetros legais. Desse modo, é calculado com base na quantia necessária para garantir a sobrevivência dos trabalhadores, mas uma pesquisa recente indica que o salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 6,6 mil.

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De acordo com estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a remuneração mínima deveria ser cinco vezes maior do que o piso de R$ 1.320 que está vigente no momento. Os números são baseados em levantamentos dos preços dos itens da cesta básica. Saiba mais informações a seguir:

Por que o salário mínimo deveria ser de R$ 6,6 mil?

Com base no último levantamento realizado pela Dieese, o salário mínimo deveria ser de R$ 6.620 para garantir que os trabalhadores brasileiros tenham acesso à qualidade de vida. O cálculo é realizado com base nos custos para garantir saúde, educação, transporte, higiene, alimentação, lazer e segurança a uma família de quatro pessoas.

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Ainda que pareça aleatória, os parâmetros utilizados nesse levantamento seguem os direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal. O salário mínimo atual de R$ 1.320 afeta mais de 56 milhões de brasileiros, incluindo os mais de 25,5 milhões de aposentados, pensionistas e segurados da Previdência Social.

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Além de afetar os cálculos de remuneração dos trabalhadores, o salário mínimo é um parâmetro importante para os cálculos de renda mensal per capita e limites de renda dos programas sociais. Mais ainda, influencia no valor dos repasses realizados aos beneficiários de programas como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Auxílio Gás e outras iniciativas do poder público.

Os dados da pesquisa da cesta básica realizada pela Dieese mostraram que, ao se comparar o custo da cesta com o salário mínimo líquido, contando o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador que é remunerado com o piso nacional compromete grande parte da renda. Em média, no mês de abril de 2023, estima-se que 56,51% do pagamento foi usado para comprar produtos básicos.

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Ou seja, em média, um trabalhador que recebe um salário mínimo precisa trabalhar 113 horas e 19 minutos para conseguir comprar uma cesta básica, o que equivale a quatro dias de atividade remunerada.

O que o Dieese descobriu sobre o preço dos itens da cesta básica?

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo realizado pelo Dieese com base nos preços de um conjunto de produtos alimentícios que são considerados essenciais para a alimentação humana. Em maio, a instituição descobriu que o custo da cesta diminuiu em 11 capitais brasileiras.

As quedas mais importantes aconteceram em Brasília e Campo Grande, enquanto regiões como Salvador, Curitiba e Belém registraram as maiores altas. Apesar disso, São Paulo continua representando a capital onde os alimentos básicos são mais caros, com valor total de R$ 791,82.

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Logo em seguida, as outras regiões mais caras são Porto Alegre, Florianópolis e Rio de Janeiro, com os valores variando entre R$ 781,56 e R$ 749,76. Em contrapartida, Aracaju, João Pessoa e Recife estão com os menores valores, variando entre R$ 553,76 e R$ 587,13.

Com base nesses valores, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas teria que ser de R$ 6.652,09, o que é 5,04 vezes maior do que o valor atual de R$ 1.320.

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