Planeta água: Cientistas encontram um enorme oceano escondido debaixo da terra

Além de toda água visível no planeta, os cientistas encontraram evidências de um enorme oceano situado nas profundezas do núcleo terrestre.

Vistos do espaço, os oceanos azuis são a característica dominante, cobrindo mais de 70% da superfície terrestre, reforçando o famoso apelido da Terra: “planeta água”. No total, existem cerca de 1.386 milhões de km³ de água superficial ou gelo.

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Contudo, a descoberta da composição química de uma rocha minúscula e extremamente rara levou os cientistas a acreditar que existe um vasto reservatório de água a centenas de quilômetros de profundidade.

Estudo descobre enorme oceano debaixo da terra

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A estrutura interna do nosso planeta, conforme conhecemos, é formada pela crosta, manto superior e inferior e núcleo externo e interno. Além disso, até recentemente pensava-se que o interior da Terra era feito de rochas e lava, mas pode não ser o caso. Entretanto, um estudo científico revelou que existe uma grande massa de água abaixo da superfície.

Em 2014, um grupo de pesquisadores discutiu as evidências de que havia água armazenada na rocha do manto terrestre. No entanto, os cientistas alegaram que essa água não estava na forma líquida tradicional; em vez disso, estava ligado às rochas dentro da Terra. Eles já suspeitavam que esta área poderia abrigar a maior reserva de água do planeta.

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Agora, outra equipe de especialistas confirmaram a teoria, admitindo que existe uma gigantesca reserva de água a 660 quilômetros da superfície terrestre. Especificamente, esse corpo de água estaria localizado na zona de transição entre o manto superior e inferior da Terra.

Análise da ringwoodita

Segundo os estudiosos, a água estaria armazenada em uma rocha chamada “ringwoodita” no manto da Terra. Portanto, encontra-se em um estado esponjoso, que não é líquido, sólido ou gasoso, mas sim um quarto estado. A descoberta foi publicada em um artigo intitulado “Desidratação derretendo no topo do manto inferior”.

Steve Jacobsen, geofísico e membro da equipe responsável pela descoberta, explicou: “A ringwoodita é como uma esponja, absorve água, há algo muito especial na estrutura cristalina da rocha que permite atrair hidrogênio e reter a água”.

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Jacobsen acrescentou que este mineral pode conter muita água em condições de manto profundo: “Acho que finalmente estamos vendo evidências de um ciclo de água em toda a Terra, o que pode ajudar a explicar a abundância desse recurso no planeta. Afinal, temos procurado essas águas profundas perdidas por décadas”.

A investigação foi possível graças ao estudo de terremotos, onde sismômetros captaram ondas de choque sob a superfície terrestre. A partir daí, os pesquisadores conseguiram estabelecer que a água estava retida na rocha ringwoodita.

Implicações científicas e perspectivas futuras

A descoberta feita por Jacobsen apoia um estudo recente conduzido por Graham Pearson, da Universidade de Alberta, em Edmonton, Canadá. Pearson examinou um diamante proveniente da zona de transição trazido à superfície por meio de atividade vulcânica e descobriu que ele continha ringwoodita com água, fornecendo a primeira evidência sólida de água na zona de transição.

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“Desde o nosso relatório inicial de ringwoodita hidratada, encontramos outro cristal de ringwoodita, também contendo água, o que fortalece ainda mais as evidências”, afirma Pearson.

Por fim, este oceano subterrâneo é estimado como sendo duas a três vezes maior do que todos os oceanos da superfície combinados. Sua presença e dimensões abrem um novo campo de estudo para entender os processos geodinâmicos e a dinâmica do interior da Terra.

O achado também tem implicações significativas para nosso entendimento do funcionamento interno do planeta, já que esta vasta reserva de água e minerais pode influenciar processos geológicos, como a atividade vulcânica, a formação de placas tectônicas e a circulação de calor no interior da Terra.

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