Estudo indica que salário mínimo ideal para 2023 deveria ser de R$ 6,6 mil

Conforme os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o brasileiro compromete atualmente 56,51% do salário mínimo líquido para adquirir a cesta básica.

Conforme dados divulgados na última semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no mês de abril o salário ideal para sustentar uma família composta por quatro pessoas no Brasil seria de R$ 6.676,11. Esse montante corresponde a 5,13 vezes o valor mínimo vigente na época da pesquisa, que era de R$ 1.302.

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Vale lembrar que o piso nacional atualmente é de R$ 1.320. No entanto, esse reajuste foi realizado somente em 1º de maio, após a realização da pesquisa. Essa projeção considera a determinação constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas básicas como moradia, saúde, alimentação, educação, transporte, higiene, lazer e vestuário do trabalhador e de seus dependentes.

Custo da cesta básica

O levantamento do Dieese constatou um aumento no custo médio da cesta básica em 14 das 17 capitais pesquisadas de março para abril. Em relação ao mesmo período de 2022, os preços diminuíram em nove cidades e aumentaram em oito. No acumulado dos primeiros quatro meses deste ano, ocorreram altas em 11 capitais e quedas em seis.

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No último mês, as maiores altas de preço foram observadas em Porto Alegre (5,02%), Florianópolis (3,65%), Goiânia (3,53%), Brasília (3,43%) e Fortaleza (3,38%). Por outro lado, ocorreram reduções nos preços em Belém (-0,57%), Salvador (-0,91%) e Natal (-1,48%).

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São Paulo apresentou o maior custo para a cesta básica, atingindo o valor de R$ 794,68, enquanto Aracaju registrou o menor valor, com R$ 553,89. É importante destacar que a composição da cesta básica pode variar no Norte e Nordeste em relação às demais regiões do país.

Confira o valor da cesta básica, em abril, nas capitais brasileiras, conforme o Dieese:

  • São Paulo: R$ 794,68;
  • Porto Alegre: R$ 783,55;
  • Florianópolis: R$ 769,35;
  • Rio de Janeiro: R$ 750,77;
  • Campo Grande: R$ 737,74;
  • Brasília: R$ 717,09;
  • Goiânia: R$ 704,94;
  • Vitória: R$ 703,90;
  • Curitiba: R$ 694,05;
  • Fortaleza: R$ 669,79;
  • Belo Horizonte: R$ 668,96;
  • Belém: R$ 660,77;
  • Natal: R$ 605,94;
  • Salvador: R$ 585,99;
  • João Pessoa: R$ 585,42;
  • Recife: R$ 582,26;
  • Aracaju: R$ 553,89.

Rendimento líquido

No mês de abril, o tempo médio necessário para comprar os itens básicos foi de 114 horas e 59 minutos, um pouco mais do que em março (112 horas e 53 minutos), porém menos do que no mesmo período do ano passado (124 horas e 8 minutos).

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Os trabalhadores que recebem o salário mínimo comprometeram 56,51% do seu rendimento líquido com os produtos, um aumento em relação ao mês anterior (55,47%), mas uma queda em comparação com abril de 2022 (61%).

Dentre os produtos da cesta básica, o feijão registrou aumento de preço em todas as capitais, tanto em abril quanto nos últimos 12 meses. O preço do tomate também disparou na maioria das cidades, assim como o da batata. Além disso, a farinha de mandioca, o açúcar refinado e o leite integral também apresentaram tendência de alta.

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Impacto do reajuste do salário na população brasileira

Ainda conforme o Dieese, pelo menos 22,7 milhões de pessoas foram diretamente impactadas pelo aumento no salário mínimo. Os dados foram obtidos através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual de 2021 (PnadC), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No país, o reajuste do salário mínimo tem um impacto significativo na economia, uma vez que há uma parcela considerável da população que recebe remunerações próximas ao valor do piso nacional.

O levantamento do Dieese também revela que, além das pessoas afetadas diretamente, outras 31,3 milhões são atingidas indiretamente, totalizando 54 milhões de pessoas impactadas de forma direta ou indireta.

Segundo o estudo, esse contingente representa 25,4% da população brasileira. A pesquisa também destaca que há 158,5 milhões de pessoas para as quais o aumento do salário mínimo não terá impacto.

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