A África está se partindo e novo oceano pode surgir na Terra

A África tornou-se palco de um fenômeno que fascinaria qualquer geólogo: a fratura de um continente. Há dois anos, surgiram as evidências mais claras desse processo. Leia e entenda a seguir.

Há milhões de anos, todos os continentes formavam um único continente chamado Pangeia. Ao longo dos séculos, essas terras foram se separando lentamente. E se esse processo ainda estiver ocorrendo com a formação de um novo oceano na África?

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A descoberta foi publicada pela revista especializada “Geophysical Research Letters”, demonstrando a formação de uma fenda gigante, impulsionada por processos tectônicos semelhantes aos que ocorrem no fundo do oceano.

Este fenômeno começou há 30.000 anos com uma fratura de quase 5.000 quilômetros, o que permitiu que a Somália, Quênia, Tanzânia e metade da Etiópia se separassem gradualmente do resto do continente; um processo geológico que culminará em cerca de 50.000 anos, dividindo o continente africano e dando origem à formação de um novo mar.

O que se sabe sobre o novo oceano que pode surgir na Terra?

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Em 18 de março de 2018, o terreno começou a abrir na cidade rural de Mai Mahiu, no sudoeste do Quênia, localizada a 50 quilômetros de Nairóbi, após várias semanas de fortes chuvas, inundações e tremores.

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Essa fissura tem quilômetros de extensão e algumas dezenas de metros de largura, associada à falha tectônica conhecida como Vale do Rift da África Oriental. Segundo especialistas, a enorme rachadura poderia dividir a África em duas.

Os geólogos acreditam que “em algum momento” o Chifre da África se libertará daquele continente, assim como fizeram a América do Sul e a Ásia há 138 milhões de anos.

Conforme os pesquisadores, “em um período de dezenas de milhões de anos, o fundo do mar avançará ao longo de toda a fenda. O oceano vai inundar e, como resultado, o continente africano ficará menor e haverá uma grande ilha no Oceano Índico composta por partes da Etiópia e da Somália, incluindo o Chifre da África”.

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Teoria da tectônica de placas

A Terra é um planeta em constante mudança, e a tectônica de placas é um bom exemplo disso. A litosfera da Terra (formada pela crosta e a parte superior do manto) é dividida em várias placas tectônicas. Essas placas não são estáticas, mas se movem umas em relação às outras em velocidades variadas, “deslizando” sobre uma astenosfera viscosa.

Exatamente qual mecanismo ou mecanismos estão por trás de seu movimento ainda é debatido, mas é provável que inclua correntes de convecção dentro da astenosfera e as forças geradas nos limites entre as placas.

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Essas forças não apenas movem as placas, mas também podem causar a ruptura das placas, formando uma fenda e potencialmente levando à criação de novos limites de placa. O Vale do Rift é um exemplo de onde isso está acontecendo atualmente.

Fenômeno lembra a Pangeia

Esta não é a primeira vez que os continentes estão se desintegrando. Na verdade, há 300 milhões de anos, os continentes e os oceanos que conhecemos não existiam. Um mapa naquela época estaria muito longe do que temos agora.

Havia apenas uma enorme massa de terra chamada Pangeia e um enorme oceano global chamado Pantalassa. Então, 100 milhões de anos depois, a Pangeia começou a se dividir, criando os continentes que conhecemos agora. A divisão também afetou o oceano unificado.

E agora, parece que a divisão da massa de terra vai acontecer novamente. Estudos apontam que daqui a alguns milhões de anos, o continente africano se transformará em um aglomerado de arquipélagos envolvendo um grande pedaço do que restaria do continente original.

Os pesquisadores acham que somos extremamente sortudos por testemunhar o nascimento de um oceano em nossa vida. Graças a esse fenômeno, pesquisadores e cientistas poderão entender melhor os perigos naturais e os efeitos de terremotos e erupções vulcânicas.

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