A estimativa da inflação para 2023 teve uma nova alta segundo as projeções divulgadas nesta segunda-feira, 16 de janeiro, pelo Relatório Focus do Banco Central (BC). Agora, a expectativa é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 5,39%.
Vale salientar que há uma semana o cálculo do mercado financeiro era de que a inflação para 2023 ficaria em 5,36%. Há quatro semanas, a previsão era de 5,17%, representando uma constância nos aumentos.
A inflação acontece em razão do desequilíbrio entre oferta e demanda, aumento dos custos de produção, maior emissão de papel-moeda, expectativa sobre a flutuação na taxa inflacionária ou ainda pela inércia. O principal instrumento de curto prazo para realizar o controle da inflação é a política de juros do Banco Central.
Para controlar a inflação, em suma, é preciso reduzir a necessidade financiamento com emissão de moeda. Sendo assim, é preciso ajustar as finanças, cortando gastos ou aumentando impostos, em processo permanente.
Estimativa de inflação para 2023: o que representa?
As estimativas apontam que o IPCA, que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 5,39%, com um aumento de 0,03% comparado à semana passada. Essa foi a quinta vez consecutiva em que os analistas aumentaram o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Para emitir essa projeção, foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras sobre as expectativas para a economia no ano de 2023 e nos próximos. Vale lembrar que no ano passado a inflação somou 5,79%, com teto de 5%, ficando acima da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pelo segundo ano consecutivo.
O problema observado é que quanto maior for o índice inflação, menor será o poder de compra das pessoas, principalmente aqueles que recebem salários mais baixos. A justificativa é que os preços dos produtos aumentam sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Para o exercício de 2023, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada cumprida se estiver entre 1,75% e 4,75%. Já para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro permaneceu estável em 3,7% conforme cálculo da semana passada.
Boletim Focus: confira outras estimativas divulgadas
Além do aumento da previsão do índice da inflação para 2023, houve redução da expectativa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Na semana passada estava em 0,78% e agora 0,77%.
O mercado também projetou alta para a taxa básica de juros, a Selic, para o exercício de 2023. Na projeção divulgada nesta segunda-feira, a Selic ficou em 12,50%, ante os 12,25% da semana passada. Para 2024, a estimativa da Selic se manteve estável, em 9,25%. Já em 2025, a previsão é que a Selic fique em 8,25%.
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa do mercado para a cotação do dólar em 2023 é de R$ 5,28, a mesma divulgada há uma semana. Para os anos de 2024 e 2025, a previsão do mercado é de que a moeda fique em R$ 5,30, mantendo o valor da semana anterior.
O saldo da balança comercial (exportações menos as importações) subiu de US$ 56,6 bilhões para US$ 57,2 bilhões de superávit para o ano de 2023. Para o próximo ano, a expectativa para o saldo positivo se manteve em US$ 52,4 bilhões.
A previsão do Boletim Focus quanto à entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu em US$ 80 bilhões. Já para o ano de 2024, a estimativa caiu de US$ 80 bilhões para US$ 77,5 bilhões.