Você é daqueles que investem seu dinheiro na caderneta de poupança? Então, deve ficar atento. É que o Banco Central tem considerado fazer mudanças no cálculo de correção da aplicação, conforme informou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
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Com a mudança, o cálculo de correção na poupança deixaria de ficar atrelado à taxa Selic e passaria a ser atrelado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.
No entanto, caso haja alguma mudança, ela deve ocorrer de forma “bastante lenta”. Segundo Campos Neto, o cálculo de correção na poupança deve ser modificado em fases, já que uma mudança na aplicação é “bastante traumática”. O presidente do Banco Central ainda afirmou que uma eventual modificação deve passar por uma consulta pública.
Como é a correção da poupança hoje
A correção da caderneta de poupança, atualmente, está atrelada à Selic, taxa de juros básica da economia brasileira que é definida pelo Banco Central.
Em vigor desde 2012, a regra dispõe que, quando a Selic está em até 8,5% ao ano, a correção da poupança deve ser limitada a 70% dos juros básicos mais a Taxa Referencial (TR), que é calculada pela instituição (a TR está em zero desde 2017).
Atualmente, a Selic está em 7,75% ao ano, número que faz a poupança render 5,43% ao ano, ou 0,44% ao mês.
Qual é a finalidade da poupança
De acordo com a resolução do Banco Central, a caderneta de poupança tem como finalidade promover o financiamento no setor imobiliário em geral, a partir da captação e do direcionamento dos recursos de depósitos feitos na poupança.
Isso significa dizer que o setor imobiliário utiliza as cadernetas de poupança e também outros investimentos, como fonte de captação de recursos para financiar a construção de imóveis, por exemplo.
Dessa forma, o cenário de subida de juros é preocupante para o setor, porque implica em um aumento dos saques na poupança. Segundo dados do Banco Central, de janeiro a outubro deste ano, os saques da poupança foram maiores que as retiradas, um total de R$ 30,779 bilhões.
Esse número que representa a maior retirada de recursos para o período desde 2016, quando o total chegou a R$ 53, 251 bilhões.