Teocracia é um termo utilizado para definir um estado ou país governado de acordo com doutrinas religiosas. A origem vem do grego Theos (Deus) e kratos (governo), que significa “governo divino” ou “governo de Deus”.
Os Estados teocráticos possuem representantes religiosos ou estão indiretamente relacionados ao clero, sendo os “porta-vozes” de Deus, como o Papa, no Vaticano, ou considerados deuses, como os faraós, no Egito.
Sendo assim, a teocracia bíblica implica em impor um governo de Deus soberano sobre todas as esferas de um Estado. Isto significa que as leis de uma doutrina religiosa regem as ações políticas, econômicas, policiais e as que envolvem ética em uma região teocrática.
Estados teocráticos
Muitos Estados seguem uma religião considerada oficial, portanto, ninguém pode seguir outra doutrina que não seja aquela determinada em seu país.
Por conta disso, muitas religiões foram banidas e tidas como heréticas pela Igreja Católica, como o arianismo, pelagianismo e maniqueísmo.
Esse conceito de teocracia em que o povo é governado por um Deus (cada país teocrático com as suas crenças) difere dos Estados Laicos, cujo governo não sofre influências da igreja. A sociedade de um Estado Laico é livre para manifestar sua crença, seguir qualquer religião, desde que isso não interfira no governo democrático.
A seguir, uma lista com os alguns Estados teocráticos e sua forma de governo:
Vaticano
Dentre os Estados teocráticos mais famosos está o Vaticano, representado pela Igreja Católica, e tendo o Papa para governar um Estado baseado na bíblia.
Quando ocorre o falecimento ou renúncia do Papa, acontece o conclave, um sistema eleitoral no Vaticano para eleger o novo Papa em menos de 1 mês. Todo o processo é feito por meio de votação de cardeais do mundo todo.
O Vaticano também possui os 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário), entretanto, cabe ao Papa o poder absoluto sobre o Estado, podendo remover e delegar funções ou, até mesmo, exercê-la, se for o caso.
Irã
No Irã, a presença de um presidente e de votação popular não anula o poder do Líder Supremo (atualmente, o aiatolá Ali Khamenei) na teocracia islâmica.
O presidente tem a função de controlar o Poder Executivo e de fazer a Constituição ser respeitada, mas não tem poder para controlar as Forças Armadas. Até para indicar ministros é preciso aprovação do parlamento (Majlis).
Porém, mesmo sendo a maior autoridade do país, o Líder Supremo pode ser derrubado pela maioria dos votos de religiosos islâmicos, na Assembleia dos Especialistas, caso o seu desempenho não esteja agradando.
Teocracia de regadio
A teocracia de regadio era o nome dado ao modelo de organização de duas civilizações antigas: antigo Egito e Mesopotâmia. O nome regadio é devido ao uso de irrigação para a produção de alimentos muito utilizados em ambas as regiões.
Tanto o Egito quanto a Mesopotâmia baseavam seu governo na religião, utilizavam-se de mão de obra servil e escrava, e tinham a agricultura como fonte de economia.
No entanto, havia alguma diferença em relação às crenças de cada civilização:
- Antigo Egito
Na teocracia do Antigo Egito, os faraós eram cultuados como verdadeiros deuses pelo povo egípcio, pois havia a crença de que eles eram filhos do deus Amon-Rá. Com isso, os faraós recebiam agrados e cortesia de seus súditos, que temiam desagradar o grande deus.
- Mesopotâmia
O rei da Mesopotâmia (grande parte do Iraque atual) era visto como representante dos deuses, uma espécie de talismã que fazia o intermédio entre a divindade e os humanos, e também exercia poder econômico e político.
Portanto, a diferença entre a teocracia do Antigo Egito para a Mesopotâmia é que havia a crença de que os faraós eram descendentes de um deus, enquanto que na Mesopotâmia era um representante da divindade, algo semelhante como o Papa, para os cristãos.
A teocracia também faz parte de outros países, como o Iêmen, Afeganistão, Arábia Saudita e o Sudão.