A origem e função dos mitos

“Vivemos pelo mito e o incorporamos, e ele, nos incorpora” Michael Ayrton – Midas Consequence, 1974.

O mito busca explicar aquilo que racionalmente não conseguimos obter explicação. Ele modela e coloca determinadas regras nas sociedades ao longo da história humana.

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Origem dos mitos

Mito é uma palavra de origem grega, mythos, que deriva do verbo mytheyos ou mytheo, que significa narração ou anúncio de alguma coisa ou algo.

Mito pode ser entendido como uma forma de expressar ou transmitir pensamentos relacionados à origem do universo, do homem e das estruturas que formam a sociedade.

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O mito era utilizado para explicar fatos e acontecimentos que a ciência não podia explicar.

A linguagem mítica utiliza símbolos e personagens sobrenaturais como heróis e deuses e tem um caráter religioso, pois não é visto apenas como fruto da imaginação humana, mas sim como uma revelação sagrada que responde questionamentos fundamentais dos homens.

O mito tem sua origem na necessidade humana de buscar explicações àquilo que não é concreto, objetivo ou científico.

Um mito pode estar ligado à cultura de uma sociedade, a um acontecimento histórico ou a um personagem que foi importante para um determinado povo. Ele não deve ser confundido com uma lenda ou conto de fadas, pois tem a função de paradigma, algo que marca uma comunidade, que a define.

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É construído por um narrador influente sobre essa comunidade, ganhando solidez e se fixando apenas quando é aceito por todos, ou seja, somente quando o mito é aceito pelo senso comum, ele ganha vida e permanece como explicação aceitável para determinado fato ou situação.

Funções dos mitos.

O mito tem várias funções em uma sociedade. A primeira delas é a função explicativa, pois o mito explica o presente como consequência de alguma ação no passado.

Um exemplo dessa função é a existência da chuva, pois, segundo algumas culturas, ela ocorreu porque uma deusa se apaixonou por um humano, mas sem poder unir-se a ele, marcou a união dos dois pela tristeza, derramando suas lágrimas por todo o mundo.

Outra função do mito é de organização das relações sociais (parentesco, alianças, trocas, sexo, poder, etc…), a fim de garantir a permanência de um sistema de permissões e proibições que regulam o convívio social.

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Um exemplo é o mito de Édipo, usado nas sociedades antigas com objetivo de evitar o incesto, garantindo o bom funcionamento do sistema socio-político baseado nas leis de parentesco e alianças.

O mito tem uma função compensatória, com intuito de compensar os humanos de suas perdas ou garantir que um erro do passado foi corrigido no presente, protegendo a estabilidade da vida em comunidade.

Para ilustrar, podemos citar o mito grego do roubo do fogo do Olimpo. Prometeu roubou o fogo e deu aos homens para que desenvolvesse técnicas para seu uso. Os homens por sua vez, para manter o fogo sob seu domínio, faziam sacrifício de um animal, com perfume e incenso, a Zeus, evitando sua ira e que ele tirasse o fogo das mãos humanas.

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Há outras definições relacionadas às funções do mito:

  • Função metafísica: busca explicação sobre a realidade; visão sobre a essência das coisas, indo além da aparência; concepções que ultrapassam o discurso lógico;
  • Função cosmológica: aquela que dá sentido à ordem do mundo que não pode ser explicada pela razão;
  • Função sociológica: pela qual, o mito estrutura a sociedade humana por meio da cultura, tradições e ritos de passagem;
  • Função psicológica: a imagem é vista como a linguagem da alma e expressa a natureza humana.

O mito traz uma relação do homem com ele mesmo e do homem com o cosmo, do micro para o macro. São usados como caminho para o sagrado, para tratar de questões do dia a dia, da sociedade e da alma.

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