Conjunções são elementos textuais de ligação, que agem relacionando duas ou mais orações presentes em uma mesma sentença e com mesmo valor gramatical. São palavras invariáveis que, portanto, ligam termos ou frases que fazem parte da mesma função sintática.
Compreender melhor o papel e as classificações das conjunções é essencial não apenas para ir bem em provas de Língua Portuguesa, mas também para conseguir elaborar redações mais ricas em vocabulário e de fácil leitura.
Uso das conjunções nas orações
Para compreender melhor o uso das conjunções, é importante relembrar a definição de oração que, basicamente, é uma composição linguística que precisa ter um verbo ou uma locução verbal – uma sentença com um verbo tem uma oração; uma com dois verbos tem duas orações e assim por diante. Confira os exemplos abaixo:
- Ele ficou em casa o dia inteiro.
Neste primeiro caso, temos uma oração apenas, afinal o único verbo na sentença é “ficou”.
- Ele ficou em casa o dia inteiro. Ele estudou um pouco.
Já no segundo caso, temos duas orações, pois estão presentes os verbos “ficou” e “estudou”. Para que a frase fique mais bem escrita, podemos usar a conjunção “e”. Veja:
- Ele ficou em casa o dia inteiro e estudou um pouco.
Depois de ter uma noção básica a respeito do uso das conjunções nas orações, precisamos estudar as classificações diferentes das conjunções, que se dividem em coordenativas e subordinativas.
Conjunções coordenativas
Orações coordenativas são aquelas que podem ser compreendidas de forma independente (como no caso acima “Ele ficou em casa o dia inteiro. Ele estudou um pouco” – é possível entender o sentido de cada oração separadamente).
Partindo desse princípio, as chamadas conjunções coordenativas são os elementos textuais que ligam duas orações coordenadas – de novo, citando o mesmo exemplo, a palavra “e” exerce a função de conjunção coordenativa quando reescrevemos a sentença e a colocamos da seguinte maneira: “Ele ficou em casa o dia inteiro e estudou um pouco”.
Como essas conjunções costuram sentenças independentes, ou seja, que podem ser compreendidas sozinhas, as conjunções coordenativas também são capazes de unir termos que não são orações (não têm verbos), desde que eles desempenhem o mesmo papel no contexto. Isso quer dizer que essas conjunções podem ligar orações, mas também substantivos, adjetivos, advérbios, verbos etc.
As conjunções coordenativas são divididas em grupos conforme a relação que estabelecem entre as palavras que combinam. Veja:
Conjunções coordenativas aditivas
São as que mostram uma relação de soma entre as orações ou sentenças ligadas. São conjunções aditivas: e (no sentido positivo), nem (para negação), entre outros.
- Era um professor inteligente e
- O bebê já sentava e comia sem ajuda.
- A casa deles não fica longe nem
Conjunções coordenativas adversativas
São aquelas que mostram uma noção de oposição entre as orações ou sentenças relacionadas. Entre essas conjunções, temos: mas, porém, todavia, entretanto, contudo e senão (no sentido de “mas”).
- Não gosto de geografia, mas o professor é muito bacana.
- Não deixei de viajar, porém estou tomando mais cuidado quando pego a estrada.
- Tinha trabalhado no exterior, contudo não conseguiu a vaga para ser professor de espanhol.
Conjunções coordenativas alternativas
São as conjunções que mostram uma relação de alternância entre as orações ou sentenças ligadas, tanto em termos de equivalência quanto de incompatibilidade, podendo ou não aparecer repetidas na construção da frase. Entre essas conjunções temos: ou, já, bem, talvez, ora, entre outros.
- Entenda-se com seus irmãos ou não sairemos de casa.
- Ora mostrava animosidade, ora se comportava com apatia.
- Seja agora, seja no futuro, ainda ficaremos juntos.
Conjunções coordenativas conclusivas
São as conjunções que mostram a conclusão entre as orações ou sentenças ligadas. Entre elas, temos: pois, logo, por isso, portanto, então, assim etc.
- Eu estava endividado, então não tive como pagar a conta.
- Minha filha perdeu a hora, logo, não foi ao ensaio de balé.
- Ele comeu bem mais do que deveria, por isso passou mal.
Conjunções coordenativas explicativas
Essas conjunções mostram a relação de explicação que há entre as duas orações ou sentenças ligadas. Entre elas, estão: pois, que, porque, visto que, uma vez que, dado que, porquanto etc.
- Discutiu com o técnico porque estava muito nervoso.
- Adorava o inverno, pois sempre esquiava e fazia passeios na neve.
- Não esperem meu pai, visto que ele ainda está no trabalho.
Resumindo
Classificação | Sentido | Principais conjunções |
---|---|---|
Aditivas | Adição, soma | e, nem, mas também |
Adversativas | Oposição, contraste | porém, mas, contudo, entretanto, todavia |
Alternativas | Alternância, exclusão | ou, ou…ou, ora…ora, já…já, quer…quer |
Conclusivas | Explicação, conclusão | logo, por isso, pois, portanto |
Explicativas | Justificativa | pois, porque, que |
Conjunções subordinativas
Lembrando o conceito das orações subordinadas, temos uma estrutura na qual a oração subordinada depende da oração principal. Essas orações são divididas em substantivas, adjetivas e adverbiais.
No caso das conjunções subordinativas, falamos de termos que conectam duas orações sintaticamente dependentes, de modo que o contexto da sentença determina qual relação foi estabelecida pela conjunção.
Essas conjunções são divididas em: causais, concessivas, condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais, consecutivas, conformativas e integrantes.
Conjunções subordinativas integrantes
São as conjunções que iniciam as orações substantivas, que são as que possuem papel de sujeito, objeto direto, objeto indireto, aposto, predicativo, agente da passiva ou complemento nominal em relação à oração principal da frase. São exemplos as conjunções “que” e “se”.
- Veja se me entende.
- Fiquei com medo, reparei que tinha cometido um equívoco.
Conjunções subordinativas causais
Apresentam uma oração que mostra a causa da oração principal. São exemplos: porque, que, porquanto, visto que, já que, como, pois que, uma vez que.
- Ela foi embora porque a aula tinha acabado.
- Como cheguei cedo, consegui um bom lugar.
Conjunções subordinativas comparativas
Dão início às orações estipulando uma relação de comparação com a oração principal. Podem, então, mostrar relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. Entre elas estão: como, qual, mais que, melhor que, menos que etc.
- Mandar e-mail é melhor que fazer reunião.
- Fez um texto menos interessante do que o de costume.
- Estava encolhido como um passarinho no ninho.
Conjunções subordinativas concessivas
São aquelas que introduzem uma oração com ideia de contradição ou contraste ao sentido da oração principal. Entre elas, estão: embora, conquanto, mesmo que, se bem que, posto que, ainda que etc.
- Embora não seja cantora profissional, ela se apresenta em bares aos fins de semana.
- Adorava ver filmes, ainda que não fosse ao cinema com frequência.
- Vou ao clube, por mais que esteja chovendo.
Conjunções subordinativas condicionais
Elas dão início às orações que mostram hipótese ou condição para que o fato da oração principal aconteça ou não. São exemplos: se, caso, salvo se, desde que, a não ser que, contanto que etc.
- Se não chover, vou ao clube.
- Faremos trilha a não ser que o tempo esteja ruim.
- Vamos todos jantar, desde que cada um pague a sua conta.
Conjunções subordinativas conformativas
São aquelas que dão início a uma oração expressando conformidade em relação à ideia da oração principal. Entre essas conjunções, temos: conforme, segundo, como, assim como etc.
- Ela foi à reunião depois do almoço, conforme havíamos combinado.
- Segundo levantamento recente, o número de crianças matriculadas aumentou.
- Assim como sua mãe, Joana também fará curso de Libras.
Conjunções subordinativas consecutivas
Essas conjunções dão início a orações subordinadas com sentido de consequência ou efeito em relação à oração principal. Entre elas, temos: que, tanto que, de forma que, tamanho que, tal que, de modo que, de maneira que etc.
- Foi tamanha a surpresa que ela deu um grito.
- Ele estudou tanto durante o cursinho, que passou na prova.
- O professor gritou feito um maluco, tanto que ficou sem voz.
Conjunções subordinativas finais
São as que introduzem uma oração de fim ou finalidade em relação à oração principal. Entre elas, temos: a fim de que, para que, que etc.
- Ela estudou muito durante o ano todo para ir bem nas provas.
- Saímos de casa para que ele fique confortável.
- Li o documento várias vezes, para que não houvesse erros.
Conjunções subordinativas temporais
São as que apresentam uma oração que mostra uma relação de tempo sobre a ideia da oração principal. Entre elas, temos: quando, agora que, enquanto, desde que, logo que, apenas, tanto que, assim que etc.
- Assim que cheguei na academia, começou a chover.
- Quando o fim do ano chegar, viajaremos em família.
- Depois que voltou para casa, preparou o jantar.
Conjunções subordinativas proporcionais
São as conjunções no início de uma oração subordinada que relata algo que aconteceu simultaneamente, concomitantemente à oração principal. Entre elas, temos: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto menos, quanto mais, quanto menor, quanto melhor etc.
- À medida que o tempo passava, ela ficava mais aflita.
- Quanto menos estudo, mais notas ruins coleciono.
- Era tão boa médica quanto seu pai.
Resumindo:
Classificação | Sentido | Principais conjunções |
---|---|---|
Integrantes | Apenas ligam as orações, sem valor semântico específico | que, se |
Causais | Motivo, causa | porque, como, visto que, já que |
Condicionais | condição | se, caso, desde que, contanto que |
Consecutivas | Consequência | de modo que, tanto que, tal que |
Comparativas | Comparação | como, mais que, menos que, assim como |
Conformativas | Conformidade | como, conforme, segundo |
Concessivas | Concessão | embora, se bem que, mesmo que, ainda que |
Temporais | Tempo | quando, assim que, antes que, depois que |
Finais | Finalidade | para que, a fim de que, que |
Proporcionais | Proporção | à medida que, à proporção que |
Conjunções e locuções conjuntivas
Uma locução conjuntiva é a união de duas ou mais conjunções que, juntas, agem como uma conjunção só ao ligar orações. Quase todas as locuções conjuntivas vão terminar em “que”. Vejamos alguns exemplos: visto que, até que, dado que, sem que, posto que, antes que, já que, desde que, ainda que, por mais que, logo que, a fim de que, se bem que, contanto que.
- Meu filho pulou em meus braços assim que cheguei em casa.
- Ela fez o que podia e o que não podia para que as crianças não brigassem.
- As aulas de dança continuarão sendo aos sábados, mesmo que muitas pessoas não possam participar.
- Precisaremos escolher outra escola, uma vez que a anterior fechou as portas.
- Ela comparecerá ao evento, desde que você também vá.
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