El Niño e La Niña: Entenda os fenômenos que mudam o clima no planeta

Ambos são fases opostas de um padrão climático complexo e poderoso que pode alterar as temperaturas globais e causar efeitos atmosféricos extremos em todo o planeta.

Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que os fenômenos La Niña e El Niño fazem parte de um padrão climático maior denominado El Niño-Oscilação Sul (ENSO). O último é uma variação irregular periódica dos ventos e da temperatura da superfície do mar na seção tropical oriental do Oceano Pacífico.

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A nomenclatura foi dada por alguns pescadores que perceberam que às vezes as águas do oceano chegavam à costa do Peru mais quentes na época do Natal, início do verão naquele país. Eles o chamaram de El Niño em referência ao menino Jesus, mas sua explicação não tem nada a ver com religião.

Em suma, a fase de aquecimento do ENOS é conhecida como El Niño, enquanto o período de resfriamento é conhecido como La Niña. Ambos os fenômenos podem ocorrer, mas é importante ressaltar que o fato de El Niño acontecer não implica necessariamente que o fenômeno La Niña ocorra no período imediatamente subsequente que lhe corresponde e vice-versa. De fato, há períodos em que nenhum desses eventos ocorre e são chamados de “neutros”.

Diferenças entre El Niño e La Niña

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Em termos simples, ambos os fenômenos costumam ser considerados opostos, já que o El Niño está diretamente relacionado ao enfraquecimento dos ventos alísios e ao aumento da temperatura das águas das costas do Peru e do Equador, que são regularmente frias.

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Pelo contrário, durante o fenômeno La Niña, a temperatura do mar diminui, devido ao fato de que os ventos se tornam mais fortes e movem as águas quentes em maior volume para o oeste do Pacífico.

Durante o El Niño, a costa peruana, especialmente no norte, é afetada pelas chuvas causadas pelo aumento da temperatura do mar, o que resulta em inundações como as observadas em 1997 e no El Niño costeiro ocorrido em 2018.

O La Niña está associado à queda das chuvas no litoral norte e às estações secas que costumam afetar as lavouras. No entanto, na região andina e também na região amazônica, pode-se observar um grande aumento das chuvas.

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Por que El Niño e La Niña se formam?

Os cientistas não têm certeza do que exatamente inicia o processo. Mas, de tempos em tempos, as condições de pressão do ar mudam no Pacífico equatorial, afetando os ventos alísios de sudeste (das regiões intertropicais) que normalmente sopram de leste para oeste. Além disso, a rotação da Terra afeta o movimento desses ventos, que atuam na superfície das águas oceânicas.

Com relação aos efeitos, o El Niño pode trazer chuva ou um inverno mais seco no sul dos Estados Unidos e condições mais quentes na América do Sul (inclusive no Brasil), enquanto La Niña pode trazer furacões no Atlântico Norte e clima mais úmido na Austrália, para citar alguns exemplos; ou eles podem não causar qualquer impacto. Ou ainda, podem se tornar um “megaevento”.

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Neste último caso, o fenômeno é chamado de “Super El Niño” ou “Meganiño”, uma versão mais perigosa do fenômeno e cada vez mais frequente que provoca chuvas, secas, inundações e tempestades em todo o planeta.

Episódio triplo do La Niña

Pela primeira vez neste século, La Niña está no seu terceiro episódio consecutivo. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), este fenômeno climático se estenderá até fevereiro deste ano. Os efeitos do La Niña são sentidos em todo o planeta, e o Brasil tem sido afetado por esta situação, como se observa no volume de chuvas dos últimos meses.

Apesar dos grandes avanços em termos de meteorologia que foram feitos nos últimos anos, atualmente não é possível especificar com muitos meses de antecedência quando o La Niña se formará e como ele evoluirá. O que se sabe é que não é incomum o La Niña ter três anos consecutivos, pois isso já ocorreu no passado pelo menos 3 vezes desde que os registros começaram em 1950.

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