Como surgiu a tradição de presentear professores com maçãs?

A tradição de presentear professores com maçãs é vista em filmes e séries, mas também em comerciais e até decorações em salas de aula. No geral, a origem está associada às condições socioeconômicas dos profissionais.

Quem nunca assistiu um professor ser presenteado com maçãs na televisão que atire a primeira pedra. No geral, alguns brasileiros também cumprem essa tradição com os seus mentores, seja na escola ou na universidade.

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Porém, para entender como surgiu esse hábito de presentear professores com maçãs é necessário realizar uma viagem no tempo. De modo geral, a condição socioeconômica dessa categoria profissional iniciou os costumes de estudantes no mundo inteiro. Saiba mais a seguir:

Como surgiu a tradição de presentear professores com maçãs?

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Em primeiro lugar, o Dictionary.com afirma que a tradição surgiu na Escandinávia, a partir do século 16. Mais especificamente, os professores na Dinamarca e Suécia recebiam salários insuficientes, motivando o hábito de levar alimentos.

Na época, a maior parte do corpo acadêmico era composto por mulheres solteiras na posição de chefes de turma. Sendo assim, as famílias dos estudantes se responsabilizavam em mantê-las em suas profissões, como uma espécie de troca.

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Ou seja, as professoras educavam, cuidavam e ficavam com os filhos durante grande parte do dia para que os pais pudessem trabalhar. Dessa forma, os alimentos eram tanto um sinal de agradecimento como um aditivo de pagamento.

Em relação à maçã, estima-se que esse produto era extremamente valioso nas regiões mais frias do globo, principalmente pela dificuldade do cultivo contínuo. Ainda assim, a tradição começou com alimentos de toda natureza, incluindo carnes, pães e até bebidas alcóolicas.

Posteriormente, a prática continuou viva na América, onde a maçã também era um importante alimento. Entretanto, a sidra tornou-se igualmente popular, pois a bebida alcóolica era preparada com o sumo fermentado de maçã.

No passado, a sidra era a principal bebida alcóolica nas colônias europeias. Acima de tudo, tinha uma produção simplificada e barata, sendo até mais confiável para consumir do que a água encontrada em algumas regiões.

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Portanto, a maçã era uma importante moeda de troca, pois além de alimento servia como base da receita de licores e sidras.  Como consequência, os pais e familiares de estudantes costumavam trocar as frutas por aulas extras, acompanhamento semanal e o próprio trabalho dos professores.

E agora, por que a maçã continua sendo um presente?

Com a passagem dos séculos, a sociedade passou por inúmeras transformações, incluindo a valorização do intelecto sob a força bruta do trabalho. A partir do Iluminismo, por exemplo, as tutorias tornaram-se símbolo de status e poder entre as famílias nobres na Europa.

Dessa forma, ter um professor na família ou contratar um tutor individual para os filhos demonstrava para a sociedade uma grande preocupação, e uma educação familiar de qualidade. Por conta disso, os professores passaram a ser mais valorizados, ainda que por motivos diversos.

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Nesse sentido, o salário dos professores aumentou com o tempo, tornando a troca de alimentos pelo serviço menos necessária. Apesar disso, a tradição das maçãs continuou como um símbolo de respeito, pois grande parte dos profissionais mantinha uma fruta em sua mesa.

Ainda que não fossem grandes cestas fartas de alimentos, as maçãs avulsas exibidas nas mesas reforçavam a autoridade e importância do profissional diante dos alunos. Curiosamente, o fato do início do ano letivo coincidir com o período da colheita contribuiu para a popularidade da tradição.

Gesto simbólico

Atualmente, com as transformações impostas pela globalização e crescimento do capitalismo no mundo, a tradição foi modificada. Em outras palavras, presentear professores com maçãs é um gesto mais simbólico e afetuoso do que propriamente material.

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Na época do Dia dos Professores é comum que os estudantes e familiares comprem presentes mais elaborados. Contudo, existem instituições de ensino que proíbem esse tipo de atitude.

Em alguns casos, há quem acredite que a entrega de presentes pode ser uma tentativa de comprar o afeto do professor, afetando as notas e desempenho em classe. Por outro lado, há quem defenda como forma de valorizar a categoria, em especial diante da desvalorização e excesso de trabalho.

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