‘Obrigado’ ou ‘obrigada’: Veja em qual situação usar cada um

Para aprender a diferença entre "obrigado" e "obrigada", assim como em qual situação usar cada um, é necessário aprender sobre concordância nominal na Língua Portuguesa.

Na hora de agradecer, você fala “obrigado” ou “obrigada”? Será que está usando essa expressão da maneira correta? E você sabe qual é a diferença entre as duas? Para entender essa questão e nunca mais ter dúvidas sobre em qual situação usar cada um, é necessário aprender sobre as regras da concordância nominal na Língua Portuguesa.

continua depois da publicidade

Ainda que pareça um conteúdo muito básico, são essas informações que evitam a ocorrência de erros recorrentes que interferem na credibilidade, qualidade do discurso, ortografia de um texto e no conhecimento geral sobre o idioma. Portanto, mais do que saber como agradecer, é fundamental entender as normas atrás do uso de cada palavra. Saiba mais informações a seguir:

Quando usar obrigado ou obrigada?

Leia também

Em primeiro lugar, a concordância nominal é a disciplina da Língua Portuguesa que estuda e estabelece o acordo que deve acontecer entre estruturas gramaticais como o artigo, numeral, pronome, adjetivo e advérbio em relação ao substantivo. Dessa maneira, estuda-se as variações de gênero, entre o masculino e o feminino, e as variações de número, entre singular e plural.

De acordo com a concordância nominal, deve-se utilizar obrigado ou obrigada com base na concordância em relação ao emissor. Portanto, quem define a concordância do adjetivo é quem fala, e não a quem está sendo dito. Diferentemente do que se pode pensar, não se utiliza obrigado para agradecer aos homens e obrigada para agradecer às mulheres.

continua depois da publicidade

Com base na flexão de gênero, o termo “obrigada” é utilizado por mulheres e o termo “obrigado” é utilizado por homens. A única condição em que o obrigado não é flexionado é quando for utilizado na frase como substantivo, de modo que permaneça no singular do masculino independentemente de quem seja o emissor da frase. Nesse contexto, é um sinônimo de agradecimento e reconhecimento.

Em todos os casos, a palavra obrigado é formada a partir do particípio do verbo “obrigar”, com origem na palavra em latim “obligare”. Segundo a etimologia, isso significa que existe um laço de agradecimento ligando uma pessoa a outra que realizou um favor. Contudo, há um sentido jurídico que relaciona esse termo com algo regulamentado por lei, uso, prática ou hábito, com natureza obrigatória.

continua depois da publicidade

Na linguagem jurídica, essa palavra também é usada para caracterizar algo que se determina a partir das circunstâncias, mas que geralmente são desfavoráveis. Em outros contextos, obrigada pode relacionar-se a alguém sujeito a uma dívida, encargo ou débito ou então algo que está suscetível a uma obrigação, que não pode ser dispensado, pois é necessário. Confira alguns exemplos:

  • Ela disse obrigada ao taxista assim que chegou ao hotel.
  • Márcio gritou “obrigado” para a plateia no final da apresentação.
  • Eu fui obrigada a prestar depoimentos na delegacia depois daquele acidente.
  • O Augusto foi obrigado a trabalhar hora extra porque faltou na última reunião.
  • Meu pai foi obrigado a pagar a multa depois de cometer a infração.

Quais são as regras da concordância nominal?

Como citado anteriormente, a concordância nominal é a relação entre as palavras para garantir que o substantivo está de acordo com as demais estruturas, sejam elas adjetivos, pronomes, numerais ou artigos. Nesse contexto, existem quatro regras principais, sendo elas:

continua depois da publicidade
  • Concordância entre substantivo e adjetivo: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo, mas se existir mais de um substantivo e o adjetivo estiver localizado depois, ele concorda com o mais próximo ou com todos eles.

Exemplo: O livro era interessante. Apesar disso, o prato e o copo expostos eram estranhos.

  • Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo: o artigo deve ser localizado antes do último adjetivo ou o substantivo e o artigo devem anteceder o plural.

Exemplo: Adoro comida brasileira e portuguesa, mas não gosto das comidas italianas e chinesas.

  • Concordância entre números ordinais: quando está antes do substantivo, pode ser usado no singular ou no plural. Quando está depois do substantivo, deve ser usado sempre no plural.

Exemplo: Ele visitou a segunda e a terceira casa. Entretanto, a esposa gostou das casas um e dois.

continua depois da publicidade
  • Concordância entre expressões: variam somente quando há inserção de determinantes que os modifiquem.

Exemplo: Menos alunos vieram hoje, mas recebemos bastantes telefonemas dos familiares.

Leia também

Concursos em sua
cidade