Você já se perguntou por que os cachorros adoram um bom carinho? Seja inclinando a cabeça em busca de afago ou esfregando o corpo contra suas pernas para pedir mais, esses gestos revelam muito mais do que simples apego.
A ciência comprova que acariciar o animal de estimação não só fortalece o vínculo entre humanos e cães, como também ativa mecanismos fisiológicos e emocionais que trazem conforto e bem-estar aos pets. Mas onde exatamente os cachorros preferem esse contato?
Onde o cachorro gosta de receber carinho?

Acariciar um cão não só fortalece o vínculo entre humanos e animais, mas também contribui para a saúde mental. Foto: Reprodução / Pexels
Os cães geralmente gostam de receber carinho na cabeça e nas orelhas, pois essas são áreas que eles não conseguem alcançar sozinhos, explicou o Dr. Nicholas Dodman, professor emérito da Escola de Medicina Veterinária Cummings da Universidade Tufts, em entrevista ao Live Science.
De acordo com ele, acariciar a cabeça do animal pode ser interpretado como um gesto de atenção e cuidado, já que é uma região inacessível para eles.
Além disso, a Dra. Leni Kaplan, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Cornell, destacou que muitos cães veem esse carinho como uma demonstração de afeto e vínculo com seus tutores, especialmente quando realizado por alguém de sua confiança.
No entanto, nem todos os cães apreciam esse tipo de contato. Kaplan alerta que alguns animais podem interpretar o toque na cabeça como um gesto de dominação, especialmente se não estiverem bem socializados ou tiverem experiências negativas associadas a esse movimento.
Cães ansiosos ou que foram punidos com tapas na cabeça, por exemplo, podem reagir de forma defensiva. Por isso, os especialistas recomendam observar a linguagem corporal do animal antes de fazer carinho, evitando situações de estresse ou desconforto.
Acariciar cães beneficia o cérebro
Acariciar cães ativa o córtex pré-frontal do cérebro, uma região associada ao processamento de emoções e interações sociais, promovendo bem-estar mental.
Um estudo realizado pela Universidade de Basileia, publicado na “PLOS ONE“, demonstrou que o contato físico com cães reais aumenta significativamente a atividade cerebral nessa área.
Essa estimulação é mais intensa do que ao interagir com objetos inanimados, como bichos de pelúcia, sugerindo que o vínculo emocional e a atenção dedicada ao animal desempenham um papel fundamental nesse processo.
Os pesquisadores acreditam que essa ativação cerebral ajuda a reduzir o estresse e a melhorar o humor, reforçando a eficácia da terapia assistida por animais.
Além disso, eles afirmam que os achados têm implicações importantes para o tratamento de condições como ansiedade e depressão, já que o contato com cães pode estimular processos cognitivos e emocionais de forma natural e prazerosa.
Dicas para acariciar o cachorro com segurança
1. Observe a linguagem corporal do cão antes de tocá-lo
Antes de tocar um cachorro, é essencial avaliar sua linguagem corporal para evitar desconforto. Sinais como rabo abanando, orelhas relaxadas e aproximação voluntária indicam que o cão está receptivo.
Por outro lado, se o animal se afasta, lambe os lábios repetidamente ou fica com o corpo rígido, é melhor respeitar seu espaço. Nunca force o contato físico, pois isso pode gerar estresse ou até uma reação defensiva.
2. Deixe o cão cheirar sua mão primeiro
Ao se aproximar de um cão, especialmente se for desconhecido, estenda a mão com a palma virada para baixo e permita que ele a cheire. Esse gesto demonstra que você não representa uma ameaça.
Evite movimentos bruscos ou tentar acariciá-lo imediatamente. Se o cão se afastar ou não demonstrar interesse, não insista. Alguns animais precisam de tempo para se sentirem confortáveis com o toque de novas pessoas.
3. Faça movimentos suaves
Cães geralmente preferem carícias firmes, mas delicadas, em vez de tapinhas rápidos ou coçadas desordenadas.
Movimentos longos e lentos atrás das orelhas, no peito ou na base da cauda podem ser mais relaxantes. Se o cão se afastar ou parar de abanar o rabo, interrompa o contato para não sobrecarregá-lo.
4. Respeite os limites do pet
Nem todos os cães gostam de carinho o tempo todo, e isso deve ser respeitado. Se o animal demonstra desinteresse, não insista. Cães idosos, filhotes assustados ou pets com histórico de trauma podem precisar de mais espaço.
Ofereça afeto de outras formas, como brincadeiras ou simplesmente ficar por perto, até que ele se sinta seguro para aceitar contato físico.