A pontuação é uma das partes mais essenciais do mundo da gramática e da Língua Portuguesa no geral. Considerada um dos mecanismos mais interessantes da linguagem, utilizar a pontuação é crucial para garantir uma boa comunicação escrita ou lida, e esses pequenos sinais podem expressar sentimentos, oferecer pausas e até mesmo novas entonações. A vírgula, uma das mais necessárias, é responsável por questões como essas.
Essa é uma das áreas mais específicas da ortografia, mas também uma das mais importantes quando se trata da interpretação de texto e da mensagem sendo passada. Em redações acadêmicas ou no mundo profissional, por exemplo, uma simples vírgula pode causar grande impacto: seu bom uso é um fator imprescindível para um texto coeso.
Para entender mais sobre esse sinal tão necessário no mundo da linguagem, descubra hoje algumas regras de uso da vírgula para não esquecer jamais como utilizá-la da forma correta.
5 regras do uso da vírgula na gramática
No geral, a vírgula serve para marcar o deslocamento de um termo em uma frase, por meio de uma pausa que pode alterar a entonação. Na fala, é o modo de emitir um som que pode ajudar a exprimir a afirmação, exclamação ou interrogação; mas na escrita, é essa pontuação que representa graficamente o tom necessário para construir o sentido desejado.
1. Quando não usar a vírgula
Essencialmente, a ordem de uma frase na Língua Portuguesa é composta por sujeito, verbo e complementos. Caso essa sequência seja respeitada, não é necessário colocar vírgula alguma. Assim, de forma resumida, não se separa por vírgula um sujeito e um predicado, muito menos um verbo e seus complementos. Confira um exemplo:
- Maria comprou feijão no mercado.
Nessa frase, Maria é o sujeito, comprou o verbo e no mercado o complemento. Não se admite vírgula em lugar algum, pois estaria ferindo as regras básicas expostas anteriormente. Apesar da frase ser pequena e permitir que os elementos sintáticos sejam determinados de forma mais fácil, em períodos mais longos, é preciso tomar cuidado para não inserir uma vírgula na intenção de realizar uma pausa, infringindo regras gramaticais.
2. Vírgula em intercalações
Como informado anteriormente, não se coloca vírgula entre os termos essenciais e os integrantes, principalmente quando estão em ordem direta. Contudo, é necessário observar se há, inserida entre esses termos, uma intercalação.
Nesse caso, a presença da vírgula é obrigatória para isolar a expressão. Veja um exemplo, lembrando que a intercalação referida é a parte isolada por vírgulas:
- Maria comprou feijão, que está cada vez mais caro, no mercado.
3. Vírgula em elementos explicativos
Da mesma forma, a vírgula é essencial para separar elementos ou locuções explicativas e corretivas, o que inclui termos como “além disso”, “a propósito”, “ou seja”, “isto é”, “digo”, etc. Confira um exemplo:
- Vermelho é a cor mais quente, ou seja, exprime calor ao ser utilizada em uma pintura.
- Ela deixou a sala mais cedo, isto é, abandonou a aula por ter sido chamada.
4. Aposto
O aposto é um termo explicativo ou utilizado para especificar um outro termo em uma oração. Sua função pode ser explicativa, resumitiva, distributiva, comparativa ou enumerativa, por exemplo. Quando presente, ele deve ser isolado, mesmo que no início de uma sentença. Veja:
- Jorge amado, um dos mais famosos escritores brasileiros, nasceu na cidade de Itabuna.
- Escritor de sucessos como Dona Flor e Seus Maridos e Tieta do Agreste, Amado faleceu em 2001.
5. Termos de mesma função não ligados por conjunção
A vírgula é responsável por intercalar elementos que estejam exercendo a mesma função sintática em uma oração, desde que não estejam unidos por conjunções. Entenda por meio de um exemplo:
- Júlia achava sua sogra grosseira, deselegante, frívola, desnecessária, doentia.
Contudo, caso as conjunções “e”, “ou” e “nem” se repitam em uma enumeração, normalmente se separa os elementos coordenados com vírgula. Veja:
- Nem eu, nem você, nem minha mãe, nem qualquer outra pessoa saberiam que isso poderia acontecer.
