Golfinhos têm sotaques locais, sugere novo estudo internacional

A descoberta de “sotaques” entre golfinhos-nariz-de-garrafa abre portas para a compreensão da complexidade da comunicação entre esses animais.

Uma pesquisa recente revelou que golfinhos-nariz-de-garrafa de duas regiões distintas na Nova Zelândia apresentam variações no estilo, comprimento e frequência de seus sinais sonoros, assemelhando-se a sotaques locais.

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Esse fenômeno também foi notado em outras comunidades de mamíferos marinhos ao redor do mundo, conforme descrito no New Zealand Journal of Zoology.

Estudo sobre a comunicação dos golfinhos

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Conhecidos por sua natureza gregária, os golfinhos utilizam sons para interação, orientação e busca por alimento, conforme indicado no estudo.

Os cientistas da Universidade Massey e da Universidade de Otago tinham como objetivo caracterizar e contrastar os assobios entre duas comunidades isoladas de golfinhos-nariz-de-garrafa na Nova Zelândia.

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A pesquisa abordou elementos bioacústicos dos golfinhos, incluindo a tipificação dos assobios, a análise comparativa entre os assobios de duas populações diferentes e a comparação com assobios de golfinhos ao redor do mundo.

As diferenças principais identificadas foram no formato do assobio, sua duração e a frequência no término, observando que os atributos acústicos são afetados pela localização geográfica, mas não pelo tamanho do grupo ou presença de jovens.

Os pesquisadores descobriram que os golfinhos utilizam assobios distintos para comunicação, que podem variar entre populações isoladas, semelhante aos dialetos humanos.

Não se sabe quanto tempo é necessário para que essas diferenças impeçam a compreensão mútua.

As investigações mostram que as populações GBI e DS de golfinhos têm assobios muito diferentes, identificáveis por softwares com 90% de precisão.

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As variações incluem o formato, duração e frequência dos assobios. Curiosamente, os golfinhos GBI, que habitam águas mais rasas, usam frequências mais baixas, possivelmente influenciados pelo tráfego de barcos.

Porém, ainda é incerto se golfinhos de populações diferentes poderiam se entender se interagissem.

O estudo serve como base para futuras investigações sobre a influência da geografia na comunicação vocal desses animais.

Características dos golfinhos-nariz-de-garrafa

O golfinho-roaz, também conhecido como golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), é um cetáceo amplamente reconhecido e frequentemente presente em parques aquáticos e instituições de pesquisa.

Este mamífero se distingue por seu porte robusto e o característico focinho curto e largo, que lhe rendeu o apelido.

A notável mobilidade cervical desta famosa espécie deve-se ao fato de que cinco de suas sete vértebras cervicais não são fundidas, diferentemente de outros golfinhos marinhos.

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Essa flexibilidade, somada à sua inteligência e temperamento dócil, faz com que sejam os favoritos para apresentações em parques e zoológicos, onde podem executar uma variedade de truques e acrobacias.

Os golfinhos-nariz-de-garrafa possuem de 18 a 26 pares de dentes pontiagudos e cônicos de cada lado da boca. Sua coloração é predominantemente cinza claro no dorso, com tons rosados no ventre.

A nadadeira dorsal, situada aproximadamente no meio das costas, é arqueada, enquanto as nadadeiras peitorais são amplas e possuem um entalhe de profundidade média.

Habitat e comportamento

Adultos dessa espécie medem entre 2,5 e 4 metros de comprimento e podem pesar até 650 kg, sendo os machos notavelmente maiores que as fêmeas.

São mamíferos vigorosos e velozes, capazes de alcançar velocidades de até 21 nós (aproximadamente 35 km/h).

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Para caçar, os golfinhos-nariz-de-garrafa utilizam a ecolocalização, tanto individualmente quanto em grupo.

Isso serve para detectar cardumes, que constituem a base de sua alimentação, complementada por lulas e diversos crustáceos. Eles consomem cerca de 15 quilos de alimento por dia.

Habitam águas temperadas e tropicais ao redor do planeta, formando grupos de até 10 ou 12 indivíduos.

São comumente avistados em portos, baías, lagoas, estuários e desembocaduras de rios, e não raro seguem embarcações ou interagem com nadadores.

Embora a população global de golfinhos-roaz seja considerável, há regiões onde estão em declínio.

A caça direta e incidental não representa uma ameaça iminente à sua sobrevivência nos mares e oceanos.

Apesar disso, esses animais são acidentalmente capturados em redes de pesca, especialmente em redes de arrasto.

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