Afinal, por que existe a letra H se ela não tem som algum?

A letra H é muito complexa e ainda existe porque ao longo da história reuniu uma série de funções em diferentes idiomas.

A presença da letra “H” no nosso alfabeto é curiosa, especialmente porque ela não tem som algum quando pronunciada sozinha.

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No entanto, existem razões históricas e etimológicas para a sua existência. Na verdade, o “H” tinha som no latim clássico.

Era similar ao som da letra “r” em palavras como “rato”, “rico” ou “roda”. Continue lendo e entenda sua origem e funções a seguir.

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Por que a letra “H” existe se ela não tem som?

A letra H nem sempre foi muda. Originalmente, os fenícios a pronunciavam como um “j”, enquanto os gregos a emitiam como um sopro leve.

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Com a evolução para o latim, seu som suavizou ainda mais. Além disso, existiu uma época em que, no espanhol, por exemplo, o “H” era dito como um “f”.

Até aproximadamente a metade do século XVI, os falantes expeliam um pouco de ar ao pronunciá-lo, um detalhe fonético chamado “aspiração”. No entanto, essa aspiração caiu em desuso ao longo do tempo.

Na língua inglesa, o fenômeno foi inverso: muitas palavras latinas que tinham o “h” silencioso no século XIX passaram a ter a pronúncia do “h” restabelecida no século XX.

Já em alguns sotaques lusófonos, o “r” de “rato” ainda é parecido com o som do “h” latino, e alguns falantes brasileiros também fazem um som que lembra esta letra.

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Portanto, apesar de não ter valor fonético, o H permaneceu como um vestígio etimológico em palavras descendentes do latim.

Qual é a função do “H”?

A letra “h” é utilizada na língua portuguesa de acordo com regras etimológicas e ortográficas específicas.

Inicialmente, ela aparece no começo de palavras que têm origem histórica ou por questões etimológicas, como “hoje”, “homem” e “herói”.

Além disso, é empregada em dígrafos como “ch”, “lh” e “nh”, formando palavras como “chave”, “cachorro”, “malha”, “ninho” e “amanhã”.

A presença do “h” também é vista em interjeições, tanto no início quanto no fim da palavra, como em “Ah!” e “Hum!”.

Por fim, o “h” é mantido em palavras compostas que são conectadas por hífen e cujo segundo elemento inicia com “h”, a exemplo de “pré-histórico” e “super-homem”.

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Por que Bahia se escreve com h?

A palavra “Bahia” tem origens antigas ligadas à “Baía de Todos os Santos”. Inicialmente, o uso do “h” tinha o objetivo de indicar a presença de um hiato, evitando confusões na pronúncia.

Com a evolução da língua, muitas palavras substituíram o “h” por acento para indicar a sílaba tônica, mas o estado da Bahia optou por manter esta letra em sua grafia original.

A manutenção do “h” em “Bahia” é valorizada pelos moradores, pois representa sua identidade e cultura, conforme estabelecido pelo Formulário Ortográfico de 1943, que preconizava a preservação de topônimos históricos consolidados pelo uso.

Por outro lado, o gentílico “baiano”, referente aos habitantes da Bahia, não possui o “h” em sua grafia, seguindo uma decisão anterior ao acordo ortográfico atual estabelecida pela Academia Brasileira de Letras.

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Assim, enquanto “Bahia” mantém sua forma original, seus derivados, como “baiano”, seguem as normas ortográficas vigentes, demonstrando a riqueza e complexidade da língua portuguesa em sua evolução e adaptação ao longo do tempo.

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