Dom Casmurro é um dos romances mais renomados e intrigantes da literatura brasileira, escrito por Machado de Assis e publicado em 1899.
A obra narra a história de Bento Santiago, que relembra sua vida e seu amor por Capitu, sua vizinha de infância.
A trama é marcada pelo ciúme, pela dúvida e pela “suposta” traição de Capitu, que teria tido um filho com Escobar, o melhor amigo de Bento.
Mas você sabia que há muitas curiosidades sobre esse clássico machadiano? Confira algumas a seguir.
Curiosidades sobre Dom Casmurro
1. Significado de Casmurro
Casmurro é um adjetivo que se refere a alguém que é teimoso, obstinado, fechado em si, que não se comunica com os outros.
O narrador e protagonista do livro, Bento Santiago, recebe esse apelido devido ao seu comportamento isolado e amargurado na velhice.
Ele se considera um homem casmurro, que vive sozinho em sua casa, rodeado de livros e lembranças.
2. Dom Casmurro é a terceira parte de uma trilogia
Machado de Assis escreveu três livros que formam a “Trilogia Realista”. O primeiro é “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de 1881, depois vem “Quincas Borba” de 1891 e por último “Dom Casmurro” de 1899.
Essas obras são muito importantes para a literatura brasileira e representam o melhor momento da carreira deste autor consagrado.
3. O livro foi adaptado para diversas mídias e linguagens
Dom Casmurro é uma obra tão rica e fascinante que já foi adaptada para diversas mídias e linguagens.
O livro já foi transformado em filme, série de TV, peça de teatro, ópera, quadrinhos, musical, podcast e até jogo de videogame.
Algumas dessas adaptações são mais fiéis ao texto original, outras são mais livres e criativas.
Por exemplo, a série de TV “Capitu”, de 2008, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, é uma versão poética e experimental da obra, que mistura elementos do século XIX e do século XXI.
Este clássico também já foi adaptado para outros países e culturas, como a França, a Itália, a Espanha, os Estados Unidos e a Índia. As principais adaptações incluem:
- Capitu (1968): Paulo César Saraceni (filme);
- Dom Casmurro (1992): Orlando Codá e Ronaldo Miranda (ópera);
- Amor de Capitu (1998): Fernando Sabino (canção);
- Capitu (1999): Marcus Vinícius Faustini (romance);
- Criador e criatura: o encontro de Machado e Capitu (2002): Flávio Aguiar e Ariclê Perez (peça de teatro);
- Dom (2003): Moacyr Góes (longa-metragem);
- Capitu (2008): Luiz Fernando Carvalho (minissérie da Rede Globo);
- Dom Casmurro (2012): Felipe Greco e Mario Cau (história em quadrinho);
- As sombras de Dom Casmurro (2016): Toni Brandão (peça de teatro).
4. O livro é uma obra aberta e polissêmica
Uma das características mais interessantes de Dom Casmurro é que ele é uma obra aberta e polissêmica, ou seja, que permite múltiplas leituras e significados.
Isso se deve ao fato de que a história é narrada em primeira pessoa por Bento Santiago, que é um narrador não confiável, que pode omitir, distorcer ou inventar fatos.
Além disso, a obra é cheia de ironias, ambiguidades, contradições e silêncios, que deixam lacunas para o leitor preencher.
Por isso, pode ser lido de diferentes formas, dependendo do ponto de vista, do contexto e da sensibilidade de cada pessoa.