2024 pode ser o ano mais quente da história, diz ONU

Se 2024 se tornar o ano mais quente de todos os tempos, as consequências podem ser preocupantes, segundo os especialistas.

A Terra nunca aqueceu tanto como em 2023. Os recordes dos últimos meses foram tão elevados que já em outubro os cientistas declararam que o ano encerraria como o mais quente da história.

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Nessa altura, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estimou que a temperatura média do planeta já estava cerca de 1,40 °C acima da era pré-industrial. E não há boas notícias para o futuro: 2024 pode ser ainda pior.

Aumento da temperatura média global

O Met Office da Grã-Bretanha prevê que, em 2024, a temperatura média global ficará entre 1,34 °C e 1,58 °C. Isso está de acordo com a tendência atual de aumento de 0,2 °C por década no aquecimento global.

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O limite de 1,5 °C, estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015, é essencial para conter as mudanças climáticas. Se ultrapassado, os impactos dessas alterações no clima podem ser mais difíceis de controlar.

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Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), o órgão mais relevante da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto, informou no ano passado que a Terra atingiria este limiar crítico durante a próxima década. No entanto, pesquisas mais recentes garantem que isso poderá ocorrer por volta de 2029.

Influência do El Niño

O ano de 2024 pode se tornar o mais quente já registrado, principalmente devido a dois motivos principais. Em primeiro lugar, as emissões de gases poluentes estão aumentando continuamente.

O relatório preliminar do Orçamento Global de Carbono sugere que, até o final de 2023, teremos emitido cerca de 40,9 bilhões de toneladas de CO₂, representando um aumento de 1,1% em relação a 2022.

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Além disso, o El Niño também está contribuindo para esse cenário e ainda não atingiu seu pico. Trata-se de um fenômeno climático natural relacionado ao aquecimento da superfície oceânica nas áreas central e oriental do Pacífico tropical. Atualmente, ele é agravado pela crise climática resultante da atividade humana.

Normalmente, o El Niño dura entre nove e doze meses. A última ocorrência foi entre 2015 e 2016, resultando em 2016 sendo o ano mais quente registrado, até ser superado por 2023. O evento atual começou em junho do ano passado e deve persistir até pelo menos abril, conforme indicado pela OMM.

Diante disso, a OMM alertou que eventos extremos, como ondas de calor, secas, incêndios florestais, fortes chuvas e inundações, se intensificarão em algumas regiões, com repercussões significativas, como destacado em um relatório publicado em novembro.

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Consequências do aquecimento global

Conforme a ONU e diversos grupos de cientistas, estas são as principais consequências do aumento da temperatura no nosso planeta:

Colapso dos ecossistemas

O aquecimento global pode levar a incêndios florestais e degradação dos ecossistemas, impactando a vida terrestre e marinha.

Danos aos recifes de corais

O aumento da temperatura dos oceanos prejudica os recifes de corais, ameaçando milhões de criaturas que dependem deles para habitat.

Extinção de espécies aquáticas

A extinção de espécies, especialmente aquelas dependentes de ambientes aquáticos como os peixes, pode ocorrer devido às mudanças nas condições térmicas e qualidade da água.

Desequilíbrio na cadeia alimentar

Com a diminuição ou migração de peixes, as espécies que dependem deles na cadeia alimentar enfrentam escassez de alimentos, resultando em morte e desequilíbrio.

Derretimento das geleiras no Ártico e Antártida

O aumento da temperatura global contribui para o derretimento das geleiras, impactando os ecossistemas polar e aumentando o nível do mar.

Cidades litorâneas ameaçadas

A elevação do nível do mar pode resultar na submersão de áreas costeiras, ameaçando cidades litorâneas e ilhas e causando desaparecimento geográfico.

Impacto em países vulneráveis

Nações como Tuvalu, na Oceania, estão se preparando para as consequências do aumento do nível do mar, sendo exemplo de como o aquecimento global afeta regiões específicas.

Ondas de calor mais intensas

Regiões continentais enfrentarão ondas de calor mais frequentes e intensas, com temperaturas duas a três vezes maiores do que as atuais, impactando a saúde e ecossistemas terrestres.

Aumento na frequência de ciclones tropicais

O aquecimento dos oceanos contribui para o aumento da frequência de ciclones tropicais, resultando em eventos climáticos extremos.

Riscos associados à falta de água

A elevação da temperatura global pode intensificar a probabilidade de secas extremas, escassez de chuvas e consequentes riscos relacionados à falta de água em diversas regiões.

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